sábado, 23 de agosto de 2008

"Ser ou não ser?"

Você sabe o que exatamente quer dizer “ser adulto”? Se você tem 40 anos é um adulto? Acredito conhecer muitas pessoas que chegam nessa idade e ainda estão “adolescendo”.
Meu violeiro me definiu “adulto” como sendo uma pessoa que é capaz de pagar suas próprias contas sem depender dos pais. Então conheço adultos de 16 anos e adolescentes de 30... Acredito, no entanto, que a maioria das pessoas diria que se tratam de pessoas “maduras”.
Pensando nisso, cheguei a algumas conclusões interessantes aqui, como por exemplo a de que eu nunca vou ser completamente adulta. Depois de uma pesquisa de opinião sobre maturidade, posso dizer que esta significa:

Não se importar muito com nada (quando não envolve dinheiro);
Achar que tudo vai acabar bem;
Nunca dar escândalos;
Nunca tirar satisfações, só deixar pra lá;
Ouvir com atenção quando as pessoas querem desabafar;
Sempre sorrir e falar com todo mundo;
Deixar as coisas sempre claras, ser sincero;
Ter responsabilidade com os compromissos assumidos;
Divertir-se com moderação;
Desabafar superficialmente e para no máximo um amigo;
Sempre pedir desculpas, não importa quem começou;
Sempre saber o que quer.

Tenho 19 anos e acho que, como a maioria das pessoas que estão nessa faixa etária, surge a grande dúvida: “Ser ou não ser? Eis a questão!”. E aqui vai minha resposta: Ser e não ser.
Faz algumas semanas, me hospedei num hotel com minha tia, e a ouvi fazendo as reservas: “Não, ela não é adulta”. Isso me pôs para pensar... Em junho passado viajei para Campinas e cada tostão que gastei saiu do meu bolso. Essa semana estou indo para o Arizona e a passagem, mais uma vez, saiu do meu bolso. Sou adulta sim, com minha própria vida e meus compromissos; minhas decisões e minhas responsabilidades.
Por outro lado, um dia desses tivemos um jantar aqui em casa para eu ser apresentada a um garoto... homem... (viu só?!) Em fim, ser apresentada a essa pessoa que gostariam que eu conhecesse. Lá pelas tantas, meu primo e o irmão mais novo dele, resolveram montar a cama elástica no quintal. Só que meu primo e o outro menino têm 15 anos, ou seja, legalmente eles podiam brincar (lembra da regra número 9?). Subi para trocar de blusa e quando voltei, estavam o Steven (motivo do jantar), e outro irmão de idade próxima conversando civilizadamente ao lado da cama elástica. Passei por eles correndo e comecei a pular com os meninos. De repente, parece que os dois se esqueceram que eram adultos (o outro deles inclusive está noivo), e como cinco crianças nós estávamos pulando e gritando. As máscaras caíram. Ninguém é adulto de verdade.
Diante disso, aqui vai o meu protesto:
NÃO SOU E NEM QUERO SER ADULTA!!!
Quero ser respeitada pelas responsabilidades que tenho e por ser capaz de cumprir os compromissos que assumo, quero ouvir quando um amigo quer desabafar e não ter que dizer “vai acabar tudo bem”, porque eu me importo! Quero o direito de chorar quando estou triste e de ficar com raiva, Shakespeare diz que “se você está com raiva, tem o direito de estar com raiva, mas isso não lhe dá o direito de ser cruel”. É isso! Quero ter o direito de perder uma pessoa querida e me trancar no quarto por um dia inteiro sem ter que provar para ninguém que sou forte, porque não sou. Sou humana. Quero o direito de amar as pessoas e não querer me casar! E isso não tem nada a ver com a minha suposta “maturidade”, ou simplesmente com o fato de saber ou não o que quero para minha vida. Todo mundo sabe o que quer, mas as pessoas têm o direito de mudar de idéia! Li numa revista que uma pessoa demoraria 100 anos para assimilar todas as novidades que acontecem no mundo em um dia. Quem sou eu para ter certeza do que quero fazer daqui a 5 anos? Daqui a 10 anos vou ter 29 e ainda vou estar muito nova!
Quero o direito de me importar com os outros e de contar para todos os meus amigos que estou triste, quero me afastar de quem não me faz bem e brincar na piscina de bolinhas (às vezes os guardas do shopping deixam a gente entrar), sem ninguém me olhar como se fosse um E.T., além de dançar como bem entender e dar gargalhada quando está tudo uma droga.
Estou sendo radical? Só quero poder viver e ser feliz, sair, jogar bola com os garotos (aqui é bom porque os americanos são perna de pau que só, estou sendo estrela!). Não quero ter 20 anos de idade, um bebê no colo e outro agarrado na barra da saia como estou vendo muito por aqui... Foi escolha delas, acredito que sejam felizes assim, mas eu não! Quero estudar, trabalhar, jogar imagem e ação debaixo do bloco e ficar batendo papo até altas horas da noite (mas sem jogo da verdade porque ninguém merece). Entende? Não quero fingir que sou madura, como a maioria das pessoas. É fácil ser assim, tenho 12 regrinhas para me ajudar na encenação, só que não me importo com elas. Ninguém é maduro de verdade. Não dá só para deixar as máscaras caírem?
Como já disse, quero ser respeitada por ter responsabilidade, mas não quero que as pessoas fiquem me dizendo “Nossa! Você me impressionou agora, isso foi muito maduro!” como algumas vezes acontece. Não tenho mais 13 anos, posso tomar minhas próprias decisões, assumir as conseqüências delas e ser feliz ao mesmo tempo. Não posso?
Morena - set/04

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