sábado, 13 de agosto de 2011

Madrugada de 13 de agosto de 2011


Mais uma vez me recolho insignificante.Penso nas palavras cantadas por Elis mas tiraria o "não" do início da frase para cantar

"eu QUERO lhe falar meu grande amor de coisas que aprendi nos discos! Quero lhe contar como eu vivi e tudo o que aconteceu comigo!"

Quero falar, mas não sei se quero que me ouça... Talvez se eu falar bem baixinho você nunca saiba que sua presença me faz bem! Que seu olhar de repreensão me hipnotiza e que seus olhos cheios d'água me desmontam. Não tive coragem de te por no colo. Talvez fosse medo do que aquele toque poderia causar, que lembranças poderia reviver.

Mas sua voz penetra meu ouvido como música! A mais fina canção! E eu nem nado contra. Pra que? Essa correnteza sempre foi mais forte que eu! Levanto os braços e curto a força da água me levar a... lugar nenhum! Porque ambos conhecemos a faixa contínua que se desenhou entre nós. E se me atrevo a passear tão perto da linha é apenas porque sei que você também não tem coragem de ultrapassar...

Mesmo assim, permiti que suas mãos passassem horas entre as minhas, permiti que cada fibra do meu corpo sentisse o toque das suas mãos ásperas, frias e ativasse uma memória tátil. Quis até te ligar quando logo depois de me despedir vi a lua laranja se por no amanhecer do dia...

Adoro o seu ciúme sem fundamento, prova que talvez você realmente não mude. Apenas tente se esconder numa máscara grande ou pequena demais. Às vezes você também é de vidro, não fui eu quem cresceu. Você que esqueceu que eu também vejo através dos seus olhos. Não adianta ter medo de mim. Muito menos fingir que não tem, porque o seu medo não é exatamente do que eu possa fazer, mas do que a minha existência representa na sua vida. Não se preocupe! Eu vou casar, ter três filhos e viver feliz para sempre até meus 90 anos quando a hora chegar e eu morrer louca por você! Simplesmente porque meu coração não pode ser dado a mais ninguém, ele não sobreviveu a nossa história...

Shhhhhhhhhhh... é só falar baixinho, que não incomodo ninguém e que você nunca vai ouvir.

Morena - ago/11