segunda-feira, 6 de abril de 2009

Passarinhos

Por que será que vejo o mesmo filme tantas e tantas vezes nessa televisão velha?
Sento de calça branca no sofá cor de rosa e deixo minhas chinelas azuis espalhadas pelo chão. Pego a vasilha amarela, que está cheia de pipoca, de cima da mesa e aperto o play.
Será que meu passarinho não gosta mais de mim? Não veio cantar hoje na minha janela...

Deitada no sofá azul, brinco com minhas chinelas brancas no chão. Gosto de pensar que estou num barco e elas são peixinhos que seguem meu dedo indicador para onde ele for.
Nada de passarinhos.

Penso na minha vida e reparo nas bolinhas da minha calça cor de rosa: pequenas pintinhas disformes, como os meus sonhos...

Fico de pé no sofá branco e ensaio um belo discurso para te convencer de qualquer coisa. Caminho de um lado para o outro como se soubesse do que falo, até cair sentada em frente à televisão velha e ver o mesmo filho. Quero tirar o pé do sofá amarelo para provar a água. Mas minhas meias são de jacarés. Tenho medo de que comam os dois peixinhos 34.

Ouço a porta fechada e penso se não são os passarinhos que resolveram, em fim, vir me ver. Parece que não... E na TV, o mesmo fio se reparte.
Porque tudo muda o nada e nada muda tudo. Eu falo sem dizer, mudo sem saber e sem querer. E no fim só tenho muito medo de perder você.

Por que será que reparo o mesmo fio tantas e tantas vezes nessa televisão velha?
Gosto de calça branca no sofá cor de rosa e tenho minhas chinelas azuis espalhadas pelo chão. Quero a vasilha amarela, que está cheia de pipoca, de cima da mesa e sento o play.
Será que meu passarinho não gosta mais de mim? Não veio dizer hoje na minha janela...

Deitada no sofá azul, vejo com minhas chinelas brancas no chão. Fico de pensar que estou num barco e elas são peixinhos que seguem meu dedo indicador para onde ele for.
Nada de passarinhos.

Ouço na minha vida e brinco nas bolinhas da minha calça cor de rosa: pequenas pintinhas disformes, como os meus sonhos...

Caminho de pé no sofá branco e aperto um belo discurso para te ver de qualquer coisa. Penso de um lado para o outro como se soubesse do que mudo, até cantar sentada em frente à televisão velha e querer o mesmo filme. Deixo ver o pé do sofá amarelo para convencer a água. Mas minhas meias são de jacarés. Ensaio o medo de que comam os dois peixinhos 34.

Quero a porta fechada e falo se não são os passarinhos que resolveram, em fim, vir me perder. Parece que não... E na TV, o mesmo filho se repete.
Porque tudo muda o nada e nada muda tudo. Eu tenho sem provar, falo sem cair e sem tirar. E no fim só pego muito medo de saber você.

Silêncio! Só ouve... Acho que são os passarinhos.

Morena - abr/09