sábado, 23 de agosto de 2008
Janelas da Alma
Existe um documentário brasileiro intitulado “Janela da Alma”. Lembro-me de tê-lo assistido há alguns anos atrás num festival de cinema brasileiro e de ter ficado encantada, mas estava tão cansada que não pude captar a essência do filme da maneira que gostaria.
Hoje, resolvi vê-lo novamente e foi interessante como o mesmo filme me afetou de maneira tão diferente. Quais são as janelas da alma? São os olhos... mas e as pessoas que não podem usá-los? Elas também podem ver. Muitas vezes muito mais que nós, possuidores de uma visão privilegiada.
O filme trata essa percepção da alma como algo intrinsecamente ligado aos sentimentos e como não seriam? Assim foi comigo a sensação de ver o mesmo filme anos depois. Quem disse que as coisas são do jeito que as vemos? E quem falou que as vemos todas iguais? O que eu vejo e chamo vermelho pode ser completamente diferente do que você vê e dá o mesmo nome. Foi assim quando coloquei óculos pela primeira vez: de repente o mundo parecia um desenho animado onde tudo era tão nítido como que contornado por uma linha preta... Não gostei. Prefiro olhar para o céu e não saber exatamente onde a lua termina e onde começa sua aura.
Outro fato que me chamou bastante a atenção, para não dizer que me deixou em estado de choque, foi a declaração de uma cineasta que culpou pelo fracasso de sua carreira de atriz o fato de ser “vesga”. Disse que nunca adquiriu os melhores papéis e nunca pôde ser a “princesinha” da peça porque era vesga. O mais interessante é que depois de adulta ela se submeteu a uma série de cirurgias e conseguiu finalmente “alinhar” seu olhar. Agora, ela possuía a capacidade de olhar nos olhos de alguém e esse alguém se sentir fitado. Só que ninguém percebeu. Ninguém percebeu! As deformidades são mentais.
A gente pode perceber isso no próprio dia-a-dia quando, por exemplo, num dia especial, você levanta alegre e as pessoas dizem que você está mais bonita naquela manhã. Tenho um amigo com uma teoria interessante de que existem épocas na vida que você está tão sozinho e ninguém olha para você a ponto de te fazer sentir “inestuprável”. Então é só aparecer alguém e você começar a namorar que de repente todo mundo acha você uma pessoa interessante. Sou obrigada a concordar, mas para mim, esse fenômeno está longe de ser explicado por Murphy. Se você se considera um ser inestuprável, provavelmente vai ser, porque a energia que temos dentro de nós mesmos é muito forte e o motivo que damos aos nossos fracassos vão nos fazer fracassar e na maioria das vezes as pessoas ficarão surpresas com a ocorrência desses fracassos. As deformidades são mentais.
“Portanto, plante seu jardim e decore sua alma, ao invés de esperar que alguém lhe traga flores.
E você aprende que realmente pode suportar... que realmente é forte, e que pode ir mais longe, depois de pensar que não pode mais. E que realmente a vida tem valor e que você tem valor diante da vida.” William Shakespeare
Morena - jun/06
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