sábado, 13 de agosto de 2011

Madrugada de 13 de agosto de 2011


Mais uma vez me recolho insignificante.Penso nas palavras cantadas por Elis mas tiraria o "não" do início da frase para cantar

"eu QUERO lhe falar meu grande amor de coisas que aprendi nos discos! Quero lhe contar como eu vivi e tudo o que aconteceu comigo!"

Quero falar, mas não sei se quero que me ouça... Talvez se eu falar bem baixinho você nunca saiba que sua presença me faz bem! Que seu olhar de repreensão me hipnotiza e que seus olhos cheios d'água me desmontam. Não tive coragem de te por no colo. Talvez fosse medo do que aquele toque poderia causar, que lembranças poderia reviver.

Mas sua voz penetra meu ouvido como música! A mais fina canção! E eu nem nado contra. Pra que? Essa correnteza sempre foi mais forte que eu! Levanto os braços e curto a força da água me levar a... lugar nenhum! Porque ambos conhecemos a faixa contínua que se desenhou entre nós. E se me atrevo a passear tão perto da linha é apenas porque sei que você também não tem coragem de ultrapassar...

Mesmo assim, permiti que suas mãos passassem horas entre as minhas, permiti que cada fibra do meu corpo sentisse o toque das suas mãos ásperas, frias e ativasse uma memória tátil. Quis até te ligar quando logo depois de me despedir vi a lua laranja se por no amanhecer do dia...

Adoro o seu ciúme sem fundamento, prova que talvez você realmente não mude. Apenas tente se esconder numa máscara grande ou pequena demais. Às vezes você também é de vidro, não fui eu quem cresceu. Você que esqueceu que eu também vejo através dos seus olhos. Não adianta ter medo de mim. Muito menos fingir que não tem, porque o seu medo não é exatamente do que eu possa fazer, mas do que a minha existência representa na sua vida. Não se preocupe! Eu vou casar, ter três filhos e viver feliz para sempre até meus 90 anos quando a hora chegar e eu morrer louca por você! Simplesmente porque meu coração não pode ser dado a mais ninguém, ele não sobreviveu a nossa história...

Shhhhhhhhhhh... é só falar baixinho, que não incomodo ninguém e que você nunca vai ouvir.

Morena - ago/11

sábado, 18 de junho de 2011

É melhor sofrer que estar sozinho

É melhor sofrer que estar sozinho.

Me explico: Quando a gente sofre por amor, a gente chora, lembra, chora mais um bocado, revive, enche a cara de chocolate (ou outras coisas), morre de raiva, de remorso, de tristeza, tudo junto de uma vez! Sem falar num sentimento devastador que sempre leva a gente a bater de frente com o tal fantasma do "se". "Se" eu tivesse dito aquilo, "se" ele não tivesse feito aquilo outro... Só que no meio das janelas quebradas e móveis revirados do interior de cada um, a gente não percebe uma alegria fosforescente escondida atrás de uma fina camada de melancolia: enquanto você revive momentos na sua cabeça, você ri. E é nesse momento que sente o gosto das lágrimas e talvez por isso não perceba: você se apaixonou e teve sonhos de finais felizes. Você amou pra sempre a mesma pessoa e escolheu os nomes dos filhos que vocês teriam (ou tiveram), simplesmente porque um filho é o maior presente que você pode dar a alguém: é um pedacinho de você que você dá e recebe de volta e, de repente existe alguém que é metade de você e metade da pessoa que você mais ama no mundo. É isso mesmo! Simples assim... Filhos são consequência de um amor. Pais são a origem dele. E você ama tanto que usa a frase célebre: "quero que você seja o pai (mãe) dos meus filhos". E tudo é um mar de rosas.

Isso já faz com que todo o sofrimento tenha valido a pena. E mesmo que não tenha! Raiva, dor, desespero são sentimentos humanos e se você os tem é porque é humano, e está vivo. E viver é a maior de todas as conquistas...

Estar sozinho não. Você está vazio, morto. Daí lembra que o coração gelado tem esse poder: deixar tudo frio e cinza. Depois de um tempo você até começa a esquecer como eram as cores, os cheiros, sabores... tudo vai ficando igual e sem graça, sem jeito. No primeiro momento é sempre legal porque parece que ele (o coração gelado) petrificou suas lágrimas daí você é até capaz de terminar o show como se nada tivesse acontecido. Você confunde com auto estima, com amor próprio e acha que está bem porque, afinal, ninguém pode te ferir se você não deixar. No fundo é verdade, mas a verdade mesmo é que você não foi capaz de sentir, de se magoar, de sentir raiva, talvez até pagar de atriz quando uma lágrima furtiva lhe escapasse por entre os cílios e exagerando os gestos você pudesse gritar "mentira!" e morrer nos aplausos de um público carente. Até porque quem carrega uma pedra no peito não precisa mudar de calçada. Flores não mordem e às vezes são como fadas: morrem se a gente não acreditar nelas.

No fim estar sozinho é ainda melhor do que ser sozinho. Existem pessoas incapazes de sentir alguma coisa, de reconhecer um erro e pedir desculpas sinceras. É até difícil pensar, mas tem gente que casa por dinheiro, ou pior: simplesmente porque "chegou a hora" e todo mundo a sua volta está agindo assim. Existem pessoas que não aprenderam que "te amo" não é "bom dia" e que nem todo mundo pode ou deve ouvir. Penso ainda que quem ouve não pode ouvir com muita frequência que é para não "gastar", e a frase continuar forte e poderosa como da primeira vez em que se ouviu. Existem outras formas de dizer "eu te amo", outras que não utilizam palavras e são tão necessárias a saúde do indivíduo quanto as ditas em línguas. E eu, que um dia vi arco-íris, corações e flores tatuadas nas barrigas de ursinhos carinhosos, ainda me lembro mas já fazem anos que minhas lágrimas estão congeladas atrás da retina e sou obrigada a chorar seco quando a ocasião me pede. No entanto, a esperança ainda resta na caixa de Pandora...

Diante do exposto termino onde iniciei: é melhor sofrer do que estar sozinho...

Morena - jun/11

sábado, 4 de junho de 2011

O verbo, nada mais

Momento de desperdício
Pedaço
Sofrimento choroso
Destroço
Fim do princípio do meio
Tem nome?
Vontade de dizer que sim
Medo de dizer que não
Pensamento na angústia do talvez
Até quando?
Quem sabe...

O mundo dá todas as voltas que podia dar
E pára sempre no princípio:
o verbo e nada mais.

Amar
Lutar
Bater
Sonhar
Morrer
Gozar
Esquecer...

Só que antes de esquecer a gente lembra e relembra um bocado
E até lá eu morro de tristeza...

Morena/jun 11

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Raiva não

De você não guardo raiva,
Raiva não. Frustração,
Tristeza pela indiferença.
Indignação? Não.
Surpresa apenas.

Da vida a gente leva o que é bom
E esquece o resto!

Morena - mai/11

sábado, 7 de maio de 2011

É das carecas que eles gostam mais

Estamos na mesa de um restaurante: eu e vários amigos de grupos diferentes que acabaram de se conhecer depois do meu show. Um grupinho me reprime por causa do meu novo cabelo (ou da falta dele). Quando penso que não, uma menina do outro grupinho mostra a foto da carteirinha da UnB... CARECA!!!

Lembro de uma cantora e atriz 10 e uma foto antiga que vi: CARECA!!!

Adiciono uma amiga nova no face e vejo fotos nem tão antigas: CARECA! Comento que toda mulher careca é bem resolvida e ela concorda. De repente até eu acredito na frase e repito:

TODA MULHER QUE JÁ FOI CARECA É BEM RESOLVIDA!!!


Me explico:

Quando fui fazer o rasta fiquei 6h na cadeira de um salão, então deu pra entender bem a rotina diária de um salão de beleza afro. Lá pelas tantas me aparece uma mulher quase desesperada reclamando que o aplique está caindo, reparo que a franja é diferente do resto do cabelo liso... caramba! Daí a pouco aparece outra falando que o marido dela tira sarro "lá vai ela botar dinheiro nesse cabelo..." E não dá outra! R$800 pelo aplique de cabelo natural. =O

Eu gosto muito de acampar e a mulherada FRITA! Ou passa o tempo todo de rabo de cavalo, ou arruma uma chapinha a pilha, ou reclama pra todo mundo que não avisou do fio de cabelo que está fora do lugar... fora o tanto de creme, shampoo pra isso, pra aquilo e a constante insatisfação com os mil modelos de cabelo. Impressionante!

Um belo dia tentei fazer o rasta de novo, mas queria sem aplique e não deu certo, o cabelo estava muito curto... Liguei pra menina que sempre corta o meu cabelo: "Sílvia, vc raspa minha cabeça?" "Que horas?" kkk ADORO!!!



E de repente eu me vi no espelho nua. Pela primeira vez descobri o formato da minha cabeça e vi meu couro cabeludo. Me achei horrível por alguns instantes mas logo um pensamento me dominou: "cabelo cresce" e de repente tudo ficou simples assim!

Toda mulher que raspa a cabeça tem bem claro pra si mesma quem ela é. Ela entende que nada de bom vai deixar de acontecer porque ela tem a cabeça raspada. Ela pára de dizer que tem orelha de abana, rosto muito redondo, bochechas grandes, que tem medo, que acha que não combina e começa a dizer apenas "dane-se!". E é TÃO libertador! Me sinto muito mais bonita no final das contas, muito mais mulher! No início ia como obrigação pra não ser confundida mas agora tenho prazer em escolher roupas mais femininas, em usar pelo menos um gloss antes de sair de casa, em melhorar minha postura (pq sem cabelo não dá nem pra disfarçar). Agora lavo a cabeça com sabonete e seco em 5min na toalha. Acordo, passo a mão na cabeça e vou trabalhar! Porque eu sei quem eu sou e o que quero. E não vai ser cabelo que vai me grilar! =)

Morena - mai/11

Dividindo II...

Essa semana, de novo, estamos tendo o festival de palhaço. Me desesperei quando março passou, abril seguiu e nenhuma propaganda apareceu.

Como todos os anos, ontem, sexta, foi o show do Pé de Cerrado e a magnífica roda se fez. Enquanto as pessoas rodavam de mãos dadas uma bela oração foi proferida. Lembrei que no ano passado era sexta-feira santa e que no domingo de páscoa eu precisei escrever um texto e enviar aos meus amigos (está postado logo abaixo com o mesmo título do e-mail "Dividindo...")

Engraçado que ano passado eu tomei atitudes, me envergonhei delas, me enchi de orgulho pelas novas decisões mas não mudei. Muito pelo contrário na verdade... Esse ano nem da Páscoa eu me lembrei.

Saí de casa na quinta de manhã com pessoas adoráveis prevendo uma viagem tranquila com velhos e novos amigos a se fazer. Na bolsa eu levava duas caixas de ferrero rocher pensando no famoso almoço de domingo em Piri e em como eu gostaria de lembrar daquele feriado e fazer uma reflexão.

Na sexta-feira santa eu fui pro raggae e pro rock numa noite só! E, novamente, não tive um minuto para fazer uma oração e agradecer pelo sacrifício expiatório de Jesus Cristo. Sábado de manhã ainda acordei com o desfile passando na minha janela mas invés de ter um estalo só lembrava do tanto que acho ridículo a tal da "malhação de Judas". É assim que a gente ensina as crianças a respeitarem e perdoarem as outras pessoas? Socando, rasgando e queimando um boneco que representa uma pessoa??? Pra pensar né?!

O fato é que sábado a noite depois do jazz, quando deveriam ser pouco mais de 0h, eu lembrei. Lembrei mas não fiz nada a respeito. Sentia dentro de mim uma necessidade de ir descansar, de ler um pouco, fazer minhas orações e refletir sobre a viagem mas a ânsia de "aproveitar meu último dia" tomou conta de mim e eu fui pro reggae mesmo sentindo que não devia.

É interessante como Deus está disposto a nos proteger de nós mesmos e muitas vezes a gente não está disposto a aceitar. Chega a ser impressionante como temos a capacidade de orar pedindo saúde, proteção e fazemos de TUDO para não conseguir...

4horas da manhã eu chego sozinha em casa. A minha garganta, que me rendeu uma semana de atestado com direito remédio com corticóide, arrebentou. A mesma que aguentou bravamente o frio de 3 dias sem cachecol, agora emitia uma voz muito rouca. O meu corpo que deu, emprestou e alugou uma energia natural por 3 dias, mesmo somando apenas 8 horas de sono em 3 noites, estava completamente quebrado e minha cabeça que NUNCA dói estava querendo expulsar meu cérebro pelos ouvidos. Cheguei completamente arrependida de ter dado de ombros ao sentimento que tive forte de ir embora e resolvi ler apenas um versículo antes de dormir, abro as escrituras em qualquer página e começo a ler:

"Oh!Como pudestes vos esquecer de vosso Deus, no próprio dia em que Ele vos libertou?"

"Bem feito!" - pensei. E ontem pensei bem mais, porque tenho a coragem de dizer para as pessoas que a adolescência tardia que me ataca a alguns anos está finalmente terminando. Será? Eu que recentemente optei por não dormir muito tarde no sábado porque voltei a tocar piano na igreja e gosto de estar acordada e alegre pra isso, em plena Páscoa me perco no Reggae, não vou pra igreja e não vou ver minha família. Acabamos não ficando para o "almoção" mas nem por isso eu tinha desculpa de não agradecer os meus amigos, lembrar, a mim mesma; que a primeira páscoa foi celebrada em gratidão a libertação dos escravos hebreus do Egito e não entregar a lembrancinha que com tanto carinho comprei e levei na bolsa. Invés disso dormi quase todo o caminho de volta e mais o resto do dia em casa.

Ainda assim tenho a audácia de terminar com o mesmo convite do ano passado:

De perdoar, por mais difícil seja, como Jesus perdoou aqueles que o pregaram na cruz...

De agradecer, como Jesus agradeceu quando proferiu aquela oração linda que chamamos de “Pai Nosso”.

Que possamos todos dar as mãos, católicos, protestantes, muçulmanos, ateus, americanos, japoneses, africanos e humanos. Que sejamos capazes de celebrar a Páscoa, que comemoremos, se não a crença no Deus vivo, um dia de libertação da inveja, do orgulho, do egoísmo e de tudo que é ruim e que nos afasta...

Que possamos ter coragem de agir! Como Jesus largou o que estava fazendo para ir à casa da menina revivê-la... de ser o primeiro (essa é pra mim) a levantar e ir embora de uma peça que a mulher fica passeando sem camisa... nada a ver... Na hora fiquei pensando no quanto as outras esquetes foram boas, fiquei esperando acabar para poder ver a próxima e inventando um monte de desculpas que me dessem um motivo razoável para não acompanhar as pessoas que saíam do teatro... Mas mesmo que eu conseguisse aceitar o tal “nu artístico” ainda tem o fato de que os homens não estavam expostos. Só aí reparei na imensa contribuição que dei para que cenas assim nunca acabem. Se só as pessoas que verbalizam alguma contrariedade a esse tipo de exposição em eventos públicos, ou simplesmente ao ícone da mulher objeto; se simplesmente essas pessoas sempre se levantassem e fossem embora, estou certa de que quem quisesse ver esse tipo de cena teria de procurar por elas...

Que possamos ser autênticos na nossa fala e atos, que possamos assumir nossos erros sem desculpas! E, mais importante de tudo, que sejamos capazes de respeitar e amar, como Jesus amou e ama cada um de nós...

Talvez de tanto repetir ano que vem eu esteja mais perto de aprender. E, mesmo consideravelmente atrasado, quero desejar a todos

Feliz Páscoa!

Morena - mai/11

Dividindo...

Boa tarde gente! Nesse domingo de Páscoa, resolvi dividir um pouquinho de mim com vocês...


Sozinha em casa enquanto todo mundo foi a igreja, ouço um discurso de páscoa que fala sobre o amor puro. O discursante termina dizendo que podemos cantar, falar, recitar, escrever e discursar sobre o amor, mas enquanto ele não se transformar em ação, de nada vale.


Lembrei então de uma história que ouvi da boca de um filho que, segundo ele, tinha uma mãe com um problema sério de coluna. Ela costumava se trancar no quarto para que ninguém percebesse que chorava enquanto passava a roupa. O problema era que a humilde casa sem forro, espalhava sua dor por todos os cômodos...


Um dia o pai levou a mãe até uma loja de eletrodomésticos e pediu para ver a melhor máquina de passar que eles tinham. Era uma daquelas industriais que a gente só veste a roupa na tábua, abaixa a tampa e em segundos a roupa está passadinha.


Sem se alongar, o pai fechou negócio e agendou a entrega. A mãe, um tanto brava e perplexa ao mesmo tempo, só esperou sair da loja para lembrar o marido da situação financeira da família. Ele a ouviu com paciência até que pudesse terminar: “como é que vamos pagar por isso?” Ele a olhou com carinho e respondeu “eu já paguei... Fiquei um ano sem almoçar...”


Já fazem pelo menos 3 anos que ouvi essa história e desde então penso que se um dia eu me casar, quero uma pessoa assim, da mesma forma que decidi ser uma pessoa assim.


O discursante de hoje falava sobre o amor de Jesus por todas as pessoas. O que me fez pensar na prostituta, na mulher com o fluxo de sangue, em Pedro e em cada leproso e cego que ele curou. O mundo fala tanto do Natal, do verdadeiro espírito, faz filmes e conta histórias de gratidão e perdão... mas parece que poucos percebem, ou se lembram, que sem a Páscoa, não haveria Natal. Jesus seria somente mais uma pessoa boa...


Não tenho idéia de quantas gotas de sangue Ele suou por mim e por cada uma das besteiras que eu falo, faço e penso. Não posso medir cada uma das vezes que me senti confortada das minhas mágoas e angústias e não tenho ideia de como Ele consegue me amar tanto que foi capaz de morrer por mim. Daí penso em como o ser humano, eu inclusa, é rápido em se revoltar com as crises, em se enrolar como um tatu bola e só conseguir ver o próprio umbigo ampliado diante dos olhos... Quantas vezes lembramos de agradecer? E somos como aqueles 9 leprosos que foram embora curados sem nem olhar para trás...


Nessa sexta-feira santa no festival de palhaço, sem nem por um instante pensar no porque de ser feriado, lá pelas tantas, quando já devia ser sábado de aleluia, estava no meio do maracatu quando uma coisa linda aconteceu... Não sei explicar como, ou porque, as pessoas foram dando as mãos e formando uma roda. Ninguém fala nada e, como se não fosse nada, de repente eu mesma seguro a mão de duas pessoas que nunca vi na vida. É linda a energia daquele momento. Os vários círculos de pessoas que se formam um dentro do outro e as pessoas de mãos dadas girando, dançando, cantando e sorrindo como se fossemos todos velhos amigos... É como se meu coração se enchesse de um amor muito denso por aquelas pessoas que brincavam de roda ali comigo... e, de repente, sem nem ralentar a batida, o vocalista começa a fazer uma oração. Agradece a Deus pela vida, pela música, pela nossa capacidade de estar ali e poder dançar... Agradece pela natureza, pela chuva que cai forte lá fora, pela família, pelos amigos e pela energia que aquelas mais de 200 pessoas formam como se fossem uma só.


Meus olhos se encheram de água... Certo que eu, que sempre digo ser religiosa, não pensei naquilo e certamente não iria pensar. Eu, que enlouqueço com uma fama de certinha que faz as pessoas esquecerem que sou humana também, não me lembrei de agradecer por aquele momento lindo e pela alegria pulsante que estava sentindo no meu coração morto. Mesmo assim fui grata por alguém ter se lembrado e externado me tornando parte daquela oração também.


Foi tão gostoso que mudou o clima de tudo até o final! Foi como se as pessoas conversassem como conhecidas de infância e de repente isso passou a ser verdade.

Acho que no final essas palavras têm a intenção de ser uma reflexão e um convite, talvez mais para mim mesma:


De perdoar, por mais difícil seja, como Jesus perdoou aqueles que o pregaram na cruz...


De agradecer, como Jesus agradeceu quando proferiu aquela oração linda que os chamamos de “Pai Nosso”.


Que possamos todos dar as mãos, católicos, protestantes, muçulmanos, ateus, americanos, japoneses, africanos e humanos. Que sejamos capazes de celebrar a Páscoa, que começou bem antes de Cristo, com a libertação dos escravos hebreus do Egito antigo. Que comemoremos, se não a crença no Deus vivo, um dia de libertação da inveja, do orgulho, do egoísmo e de tudo que é ruim e que nos afasta...


Que possamos ter coragem de agir! Como Jesus largou o que estava fazendo para ir à casa da menina revivê-la... de ser o primeiro (essa é pra mim) a levantar e ir embora de uma peça que a mulher fica passeando sem camisa... nada a ver... Na hora fiquei pensando no quanto as outras esquetes foram boas, fiquei esperando acabar para poder ver a próxima e inventando um monte de desculpas que me dessem um motivo razoável para não acompanhar as pessoas que saíam do teatro... Mas mesmo que eu conseguisse aceitar o tal “nu artístico” ainda tem o fato de que os homens não estavam expostos. Só aí reparei na imensa contribuição que dei para que cenas assim nunca acabem. Se só as pessoas que verbalizam alguma contrariedade a esse tipo de exposição em eventos públicos, ou simplesmente ao ícone da mulher objeto; se simplesmente essas pessoas sempre se levantassem e fossem embora, estou certa de que quem quisesse ver esse tipo de cena teria de procurar por elas...


Que possamos ser autênticos na nossa fala e atos, sem desculpas e, mais importante de tudo, que sejamos capazes de respeitar e amar, como Jesus amou e ama cada um de nós...


Feliz Páscoa!


bjinhos!!!


Nai

abr/10

domingo, 3 de abril de 2011

Eu NÃO queimei sutiã!!!



Adoro homens que adoram mulheres. Ponto. Poderia até melhorar:
ADORO homens que adoram mulheres. Assim fica mais autêntico.

Aposto que já tem um monte de gente falando que isso é homofobia e blá, blá, blá... Mas eu conheço um bocado de homo que gosta muito mais de mulher do que uma penca de hetero. E agora?

O Sivuquinha achou esses dias uma música chamada "Do sorriso das mulheres nasceram as flores". Ele ficou tão impressionado com a frase que veio correndo me mostrar e concluiu com "vou fazer uma música pra essa frase!" Ao que eu respondi:"E eu faço a letra!!!". Ele concordou mas com uma condição: "você vai dizer que você, como mulher, concorda com a frase."

Em um curso de verão de 1900 e alguma coisa, eu precisava de uma banda para poder receber o certificado, quando entrei na sala para ensaiar o sorriso do batera abriu! E enquanto os meninos avisavam que eu ia entrar na gig ele respondeu: essa sala está até mais perfumada! Adoro quando tem uma menina na banda!... E assim eu dei meu primeiro beijo =) e depois disso só tive um único namorado que não desligava o carro quando me deixava em casa, todos os outros estacionavam, desciam e me acompanhavam até a porta. ADORO! Alguns ainda desciam, davam a volta e abriam a porta do carro para mim...

Quando morei nos EUA, no refeitório uma vez me assustei porque quando cheguei na mesa tinham uns 30 homens que se levantaram. Eu não tinha noção do que estava acontecendo e uma amiga do Tonga, que já tinha sacado qual a deles, me avisou: "eles estão esperando você sentar para continuar a comer" =O. Uma CAVALARIA se levantou em reconhecimento a minha chegada e só voltou a comer quando eu me sentei! Pense numa pessoa que se sentiu importante! Só que daí comecei a conhecer os latinos e ia sentar com eles né?! Felizmente tinha um brasileiro que gostou da ideia e não só levantava quando chegava alguém, como alucinava o companheiro de quarto, que era da República Tcheca, para fazer o mesmo. Ele ficava DE CARA! Morria de reclamar mas acabava levantando. Um dia sentei na mesa e o brasileiro não estava junto e, mesmo assim, o tcheco levantou. "Não precisa levantar! O Penha nem está aqui! Eu sei que você não gosta!" E qual não foi a minha surpresa ao ouvir "É,mas você fica tão feliz que não me custa nada..."

É disso que eu estou falando! Homens que ADORAM mulheres! Não que adoram sexo, mas mulheres, em geral. O Sivuquinha vive dizendo que o fraco dele é MM: Música e Mulher e quem convive vê a diferença. QUALQUER mulher que apareça ele trata diferente, tem um carinho, uma atenção, dá cadeira pra sentar, se preocupa se está com fome, abre porta, ajuda a descer escada... Ele gosta de mulher!

Daí eu vivo dizendo que não queimei sutiã... é verdade! Meninos, acordem! As feministas do século passado pareciam homens, sem depilar, de calça, sem maquiagem... Hoje é diferente, elas exercem cargos de chefia, mas de salto alto e unha pintada. Os tempos mudaram.

Eu mesma acho uma palhaçada essa de "direitos iguais" porque quando um cara anda comigo na calçada e insiste em ficar do lado dos carros pra me proteger, eu me derreto. SEMPRE pego na mão de quem me ofereça para descer do ônibus, e essa é a mancada das mulheres hoje: filhinha todo mundo sabe que você dá conta de descer sozinha, o que ele está fazendo é uma gentileza! Aceite como um agrado!

Nada contra as queimadeiras de sutiã, na verdade, muito a favor, mas acho que elas foram mal compreendidas, ou talvez não se dessem conta da revolução que estavam causando: os homens de hoje não conhecem mais o lugar deles, parece que a gente tomou os dois né?!

Meninos: vocês ainda são o tal "sexo forte", por favor! Assumam isso! Porque pode ter o discurso feminista que for mas NÃO EXISTE mulher que não goste de uma "boa pegada". Aqueles confiantes que chegam na gente e dizem o que querem, que chegam chegando sabe?

Meninas: permitam que os meninos sejam gentis! Deem mole à moda antiga sabe? Sorrisos, mexidas no cabelo, olhares, até comentários mas permitam que os meninos cheguem em vocês, e parem de reclamar que não tem homem de verdade no mercado! "Chaveco" é papel deles! Deixem que eles exerçam essas funções!

No final das contas acho que o que eu quero mesmo é dizer que mulheres são mulheres e homens são homens! E é assim que tem que ser! O que tem que existir é um respeito e uma igualdade no sentido de valorizar o outro como um igual, não de fazer as mesmas coisas. Eu mesma ADORO cozinhar e quando tenho um namorado que tem prazer em comer eu me meto na cozinha mesmo e fico inventando mil pratos para agradar. O que tem que existir é uma consciência de que isso é uma gentileza, um carinho e que quem vai lavar a louça depois é ele. =) E podia ser o contrário né? Tenho uma amiga que lava a louça depois que o namorado cozinha.

Quero casar e ter um marido que abra as portas, carregue as compras e me proteja! Afinal eu sou a mulher! Quero cozinhar, distribuir beijos e beijos, quero ter filhos e cuidar deles. Mas também quero dividir as tarefas de casa porque eu enlouqueço se parar de trabalhar fora. Mas isso sou eu! Acho que é esse o pulo do gato: quando os dois tem o direito de escolher sua profissão (seja ela qual for) e que o cônjuge apoie e divida os afazeres domésticos e dos filhos. O que não dá mais pra existir é um monte de filho de babá, motorista e professor, enquanto homens não sabem quem ou o que são e mulheres se matam pra mostrar que são iguais a eles. Não são. São apenas mulheres e por isso são tão especiais: por serem diferentes! E, cá pra nós, quem não curte um toque feminino?

Morena - abr/11

quarta-feira, 30 de março de 2011

Noite e Dia

Sento na frente do computador e estou travada...
Até isso você já fez comigo:
Minhas rimas e meus jogos de palavras se resumem a sons e imagens...
Soltos.

Talvez você seja realmente diferente,
Ou talvez seja apenas a idade chegando,
Mas pela primeira vez tenho calma
E, na verdade é isso que me frustra:
Não saber o que vai acontecer...

Para a criança, um só dia é uma vida inteira!
Para o adolescente, a intensidade de viver dói... mas passa.
E para o adulto?

Mais da metade da minha vida eu fui criança,
Por isso nem me lembro!
Um dia fiquei adolescente e me apaixonei!
E tudo era tão intenso, e doía tanto!
Mas eu sabia que o destino do amor é o fim:
"Que seja eterno enquanto dure!"

Agora não... eu estou calma.
E o paradoxo é que a calma é quem trás a ansiedade!
Porque não sei o que vai acontecer
E o medo vem, nem de não saber o que você quer.
Eu também não sei.
Mas de não saber o que você pensa,
O que sente, como sente.

E assim, eu vou da tranquilidade mais profunda
Ao desespero mais completo quando penso que
Não sei onde estou indo!
Uma hora eu surto...

Morena - mar/11

sexta-feira, 25 de março de 2011

Mais uma noite de um "dia útil"

Já eram mais de 21h e eu estou sem carro. Ainda tinha que tomar banho e me envolver em uma produção maior que a normal, considerando o novo corte de cabelo (sair sem brinco e sem maquiagem não dá mais!)

Já eram 21:40h quando o ônibus finalmente passou e uma menina sentou do meu lado e pediu informação. Começamos a conversar e ela contou que saiu mais cedo da aula,falou do bebê que está em casa esperando para mamar, dos seus 15 anos com um filho nos braços sem parar de estudar...

Quando chegou a minha parada ela perguntou: "Está indo pra casa?" Enquanto dou um beijo nela e puxo a cordinha do ônibus sorri: "Não, eu sou da noite!"

Desci e atravessei a rua escura com aquilo na cabeça: escolhas! Ainda não eram 22h de uma quinta-feira! Quem devia estar saindo para curtir? E quem poderia estar indo para casa cansada dar de mamar para um infante?

O telefone tocou e recebi uma proposta de trabalho para trabalhar o dobro mas ganhar o quíntuplo. O salário me fez pensar mas o encontro com um amigo na entrada do Cafe me distraiu já não me lembrava do que pensei.

Lá dentro, eu ouço música, assisto com gosto as caras e bocas do baixo enquanto entrava num mundinho só dele. Sinto uma pontinha de inveja porque ele não está nem aí para o que eu vou pensar! Ele curte e me convida para ver o que ele está vendo: o som.

A guitarra já é minha velha conhecida, mas hoje me parece mais distante, distraída e me encanta saber que talvez só eu perceba, porque ela continua brilhante.

Depois vem a cantora, densa e chego bem perto do inferno com o sofrimento dela. De repente acredito que "todos acham que eu falo demais e que ando bebendo demais". Ô buteco! E o ambiente pequeno, diminui e eu também vou ficando pequena e meu coraçãozinho vai ficando bem "inho" enquanto eu vou desfalecendo no sofá... Sorte que a companhia é boa e me dá atenção.

Depois volta com todo mundo bem antenado, acho que não vou resistir à liga que a guitarra faz com o baixo: um pacto de sangue.

E logo a música que eu esperei a noite toda para conhecer, um presente que eu, como criança em véspera de natal ansiava em abrir, vem bela, doce e intensa. Eu, com essa minha mania de letrista, pude ouvir de cara fragmentos de poesia que estavan nas notas! Gravei para mais tarde me atrever a ser parceira, mas hoje percebi que talvez não queira: a música disse tudo! Não me deu espaço para explicar, palavras a tornariam redundante...

Me apaixonei 10 vezes em uma só noite! Ouvi solos de sax, trompete, baixo, guitarra, bateria, violão... Ainda bem que não estava de carro, fiquei tão bêbada de música que não poderia dirigir sozinha.

Cheguei em casa tão feliz, mas tão feliz que a única maneira de ter ficar ainda mais alegre era se tivesse terminado a noite com o microfone na mão cantando eu, os meus dramas e deixado impregnado nas paredes o meu cansaço. Pena q n canto jazz...

Chego em casa e tenho que contar pra quem perdeu que a noite foi mágica! E, antes de dormir lembro do emprego e da menina enquanto fecho os olhos e penso: Pode ser que eu seja doida, ou simplesmente burra porque estou doida pra ser mãe e pra ganhar dinheiro mas... a música vem primeiro. E hoje eu vou de novo! =)

Muito grata!

Morena - mar/11

quinta-feira, 10 de março de 2011

Analista de Sistemas

Sento do lado dele e ouvimos alguém comentar:
"sou ex músico".

Dou risada por dentro enquanto ele pensa em voz alta
"Como é que faz para fazer isso? Preciso descobrir!"

Eu discordo
"Precisa nada! Escuta o que ele vai falar e vai saber que não precisa".

E completamente alheio a nossa conversa, o cara continua:
"Sou analista de sistemas do Banco do Brasil".

Me sinto satisfeita!
"Tá vendo! Vai lá ser músico 'aposentado'!kkk"

Nessa hora páro de entender o que está acontecendo, não sei se porque já estava cansada ou simplesmente porque realmente não esperava aquela reação:
"Por quê?! Tá dizendo que eu não consigo? Eu posso ser o que eu quiser! Se eu quiser virar médico hoje eu posso! Duvida? Fala que duvida! Fala!"

"Eu ia ficar muito triste se você parasse de tocar guitarra..."

E espero que a frase ecoe nos ouvidos defensivos dele. Mas logo depois me revolto com o pessimismo!
"Por que você tem que levar as coisas sempre para esse lado? Claro que você pode fazer o que quiser! Qualquer um pode ser analista de sistemas, mas quantas pessoas tem coragem de assumir um instrumento?"

Não sei se falei alguma coisa a mais, não lembro o que ele me respondeu... O fato é que fiquei ruminando a história por mais de uma semana: Quantas pessoas tem a coragem de assumir um instrumento?

Lembrei do meu mestre, Bohomil Med e das piadinhas de sala de aula. Eu, no auge dos meus 20 aninhos era completamente incapaz de perceber algumas coisas que só entendi essa semana:

"Músico que não gosta de estudar tem que fazer concurso para o Banco do Brasil!!!"

Eu rachava de rir! Fazia parecer tão fácil! Desmerecia completamente o concurso e os outros candidatos, a prova e a pressão de responder em algumas horas o conhecimento acumulado em anos... Mas essa semana eu finalmente entendi que músico que não gosta de estudar tem sim que fazer concurso não só no Banco do Brasil como do Itamaraty, Polícia Federal etc, etc, etc.

Quantos anos leva para ser um bom médico? 7; 8? E depois o que você passa a fazer são atualizações e cursos mensais ou semestrais para saber o que está acontecendo? Isso tomando um excelente médico né?! Super preparado! Mas quantos anos leva para ser um bom músico?

Acredito que uma pessoa que estuda 14horas por dia por 1 ou 2 anos por mais dificuldade que tenha consegue passar em um concurso da vida e relaxar. Quantas horas por dia um músico tem que estudar?

A música é altamente ressentida. Para cada dia que você deixa ela, ela te deixa 2. E em um dia você perdeu 3. Que o digam meus dedos que a 10 anos não tocam Chopin...

Se pudesse ter congelado aquele momento e pensado por uma semana, voltaria um pouco antes do instante em que baixei os olhos:

Eu ia ficar muito triste se você parasse de tocar guitarra... Pára e pensa quantos anos você tem. Metade deles você passou tocando. Quantos dias você não encostou na guitarra? Metade deles você passou pensando nela. Quantas horas você passou dormindo? Metade delas você sonhava em tocar com seus amigos ou com seus ídolos. Claro que eu não duvido que possa fazer o quiser!!! Você toca guitarra! Você pode qualquer coisa... Você se confunde e me confunde quando usa as palavras, usa expressões e frases que não deveria em momentos que não deveria. Mas a guitarra é uma prótese, uma parte do corpo que não nasceu com você mas que Papai do Céu te permitiu usar e seus dedos te descrevem e te explicam em 3min muito mais do que meus lábios e meus textos poderiam fazer em horas de trabalho. Em 3min você me convida a te ver por dentro e eu não tenho que passar a semana pensando porque em 3min eu entendo. Dizem que o compositor é alguém que não sabe usar palavras porque se soubesse, não se daria o trabalho de fazer música. Eu digo que o compositor só escolheu a língua mais bonita, e ainda digo que permitiu a cada intérprete tornar aquela a sua própria história durante o momento da execução e convencer um público repleto de analistas de sistemas que existe esperança ao amanhecer, amor no fim do dia e perdão aos seres humanos.

Quem mais pode fazer isso?

Morena - mar/11

sexta-feira, 4 de março de 2011

Uma História de Amor?

Pela primeira vez eles se veem. Mas ela está em desvantagem porque ele pelo menos já tinha reparado na existência dela.

Ela se empolga com ele e por pouco mais de duas semanas se sente apaixonadinha, boba, criança.

Ele não liga. Gosta dela e diz coisas confusas, mas talvez realmente não ligue. O valor da descoberta é bem diferente para os dois. Parece que ela guarda com mais carinho...

Eles saem, se curtem, conversam e se divertem. Ela olha pro lado, vê outras pessoas, viaja, conhece um bocado de gente interessante.

Ele também. Mas não se sabe a maneira como ela encara isso. Nem ele. Será que pensam um no outro?

Aos poucos ela perde o pique de contar as coisas para ele, de dizer o quanto gosta da presença e companhia. Como ela pára primeiro, não se sabe se ele também perdeu o pique ou se simplesmente não quer tomar uma iniciativa.

Ela abstrai, gosta tanto de dançar ou de estar simplesmente na frente dele fazendo qualquer coisa e nada, que passa a toma-lo por mais um amigo.

Ele nem dá bola, trata como amiguinha, embora vez ou outra seus olhos permitam que se flagre um pensamento em algo mais...

Só que ela sente saudades. Saudades que não são dela, afinal, como pode alguém sentir saudades de quem não conhece? De quem não convive? De quem não ama?

Vez por outra ele confessa sentir saudades, por meio de palavras, olhares ou gestos. Talvez ele seja mais simples, ou simplesmente não saiba que também é dramático e que na verdade se pergunta o que sente e se sente alguma coisa por ela.

Um dia ela conta uma história de amor. Uma de verdade mas que parece de filme. Uma que acontece com alguém que ela conhece e, repare no verbo: acontece. Porque a mais de 20 anos a história acontece todos os dias.

Ele, mais do que qualquer um na roda, parece se interessar pela história e é como se ela pudesse ouvir um suspiro de "então é verdade!" e pudesse ver uma centelha de esperança nascer no coração de um romântico.

E de repente ela gostaria de protagonizar aquela história junto com ele e querer decidir se apaixonar todos os dias e morrer de amor com a distância. De repente, ela gostaria de querer casar e adoecer durante o dia de trabalho até chegar a madrugada companheira e poder rever. Gostaria de querer ter filhos com seus olhos espertos e ouvir todos os seus "causos" encenados pelo resto da vida. De repente ela lembra que seus tesouros mais preciosos são suas lembranças e que não decide nada antes de pensar se aquela daria uma boa história para contar.

E aos poucos ela descobre que gosta dessa história, e gosta tanto que não consegue se desvencilhar! Até porque dá pra ver a cena numa tela de cinema: eles crescendo juntos e sempre se esbarrando, se olhando, mas sem se ver. Ele sempre soube da existência dela mas, será que isso fazia alguma diferença? Que antes daquele primeiro beijo ele a achava bonita? Que curtia sua risada alta e seus cabelos bagunçados?

E ela? Será que realmente acordou do sonho que fez ganhar multa e chegar atrasada? Ou só está com medo de descobrir que, na verdade, quanto mais se distanciam mais ela percebe uma pessoa linda, um menino doce, um homem de verdade! Íntegro, inteligente, sensível e com um potencial de chegar nas estrelas?

E agora????
Quem poderá me defender?

Morena mar/11

sábado, 26 de fevereiro de 2011

II

Fiz um drama básico no texto anterior e a verdade é que vou continuar fazendo pra botar uma pilha e as pessoas não desanimarem.

Na verdade, vou começar contando que fui comprar cd virgem e a menina do balcão, que era uma conhecida dos tempos de colégio, me perguntou:

- E aí? Terminou a UnB?
- Pow! Terminei sim, nossa foram 7 anos mas tem um ano já.
- Ciências Políticas né?

1 min de silêncio... Lembrei que era isso que sonhei em fazer, lembrei da greve que fiz na aula de matemática no 1 ano, pq o professor era um idiota. Não deixei ninguém entrar na sala... Depois lembrei q fui representante de turma 2 vezes, que ajudei a instituir e que participei do Grêmio Provisório da escola enquanto não se formava um grêmio permanente,que fui da comissão de formatura... Lembrei dos bilhetinhos, que ainda tenho guardados, com as promessas de voto se eu me candidatasse a presidente do Brasil e tbm dos desaforados perguntando sobre meu parentesco com Fidel Castro e outras figurinhas do nipe.

- Não. Não fiz Ciências Políticas, só mudei o meu jeito de mudar o mundo! E balancei a o cd na mão.

E já que não mudei de ideia, apenas de estratégia; aí vão algumas novidades:

Meus pequeninos da 1 série estão aprendendo "Feira de Mangaio". Já decoraram a primeira parte e estamos nos divertindo descobrindo tudo que tem na feira do seu Sivuca e da dona Glorinha Gadelhas. Eles já sabem o que é um trio de forró e conseguiram, não sem alguma dificuldade, identificar os outros instrumentos que são executados na canção.

Os meninos do 2 série estão me dando um pouco mais de trabalho, a idade deles é um pouco mais chata, mas estamos aprendendo "O Xote das Meninas" e como eles estavam MUITO chatos botei eles para copiarem no caderno a letra da canção. Na única turma que mereceu a xerox, nós estamos falando sobre crescer e como isso às vezes é difícil! (Na minha escola muitas regras mudam da 1 para a 2 série). Mas falamos também sobre o Luiz Gonzaga e sobre a formação tradicional das bandas de forró.

Na 3 série a gente está vendo "A Ciranda da Bailarina", conceituamos compositor, intérprete, letrista, canção e música. Tenho certeza que ngm nunca mais vai dizer que essa música é da Adriana Calcanhoto. =)

Já na 4 série a gente está estudando o Chico Buarque. Eles fizeram um trabalho de pesquisa e cada aluno levou a letra de uma canção, leu em voz alta e explicou porque escolheu aquela canção. Algumas delas eu cantei alguns trechos, outras eu expliquei algumas imagens que ele utiliza, falamos um pouco sobre a ditadura e sobre a maneira que o Chico tinha de codificar suas canções. Bom, nesse dia descobri que além do Justin Bieber e da Lady Gaga eu vou ter um outro grande desafio: os pais deles! Apareceu uma mãe FURIOSA na escola dizendo q o avô do menino era militar, que a música "A Banda" estava falando de coisas alegres e que eu não tinha o direito de expressar a minha opinião pessoal na sala. Eu não vou nem comentar né?! Deixa os 3 pontinhos falarem por si mesmos: ...

É isso! Convoquei os professores de teatro e os outros professores de música da escola a me ajudarem a pensar em uma apresentação simples e bonita para o dia 13 de maio (Abolição da Escravatura) para lembrar de um momento ruim da história mas que a gente pode e deve aprender com ele para acabar com toda a forma de preconceito existente. =)

Ah! Lembrei de uma coisa que vi, outra que ouvi falar e que NÃO PODE!!! Se a gente não brigar, NIGUÈM vai:

1. O q eu vi: show de música ao vivo em um barzinho que não cobra couvert, o pessoal do bar passar um chapéu pedindo contribuição espontânea. NÃO PODE!!!! Gente! Já falei isso pra umas 10 pessoas e falo de novo: se a gente n se valorizar, ngm vai!!! A gente se mata de estudar n é pra pedir "colaboração" de ngm n! Chapéu tem a ideia de esmola! Não pode! Ngm nunca viu passar chapéu pra colaborar com o arquiteto q fez o desenho do prédio. O desenho dele ficou tão legal né?! Não aceitem!!!

2. Casa q cobra couvert e não repassa para os músicos. Esse eu só ouvi falar, estou averiguando mas se você for tocar em um lugar assim NÃO ACEITA!!! Se quer cobrar uma taxa, chama de outra coisa pq se não vai parar na mão do músico é propaganda enganosa! Pq o cliente paga achando q está pagando o músico. Se isso não acontece, reclame! Sai fora, arranja outro lugar pra tocar!

No mais estamos com um projeto eu, Mayara e Nathália de fazer um show juntas. Não um grupo vocal, isso não. Mas 3 cantoras solistas brincando juntas. Isso foi uma das coisas mais maravilhosas que ficou pra mim do curso de verão desse ano, pena que muita gente não entendeu, eu achei lindo! A Suely Mesquita e a Clarisse Grova fizeram o show juntas! Tinham sim MUITOS bons músicos na escola a disposição, mas elas optaram, por um motivo ou por outro por fazerem juntas! =) Pra mim isso demonstrou uma coisa linda que falta muito nos músicos de hoje em dia: parceria. A gente não precisa disputar um espaço, CABE TODO MUNDO!

Vamo q vamo!!!

Morena - fev/11

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Uma noite de um "dia útil"

São 19h quando acordo meio sem vontade de levantar. Nem acredito que já está na hora e talvez por isso mesmo volte a dormir como se não fosse nada.

19:30h eu abro os olhos novamente e resolvo me mexer, afinal ela é linda e hoje é aniversário dela...

Tomo um banho rápido e procuro algo bem confortável para vestir, estou mesmo passada e não pretendo demorar, mas ela me chamou duas vezes e eu tenho que ir.

Tenho péssimas ideias para rechear uma pizza e resolvo que uma doce não é má ideia, mas já estou sem paciência quando não encontro banana e resolvo levar maçã e leite condensado: nada pode ficar ruim com leite condensado, certo?

Minha mãe não está passando bem, mas sei que daqui a pouco a amiga que está passando um tempo aqui, vai chegar; então resolvo sair assim mesmo depois de voltar duas vezes para comprar soro com gosto disso e daquilo... Não vou demorar e além disso, qualquer coisa ela liga.

São 21h quando finalmente consigo chegar. De longe já posso escutar a sanfona e a zabumba e involuntáriamente apresso meu passo como se estivesse tão atrasada que chegasse apenas para o findar dos trabalhos.

Vou entrando assim pela sala como se já conhecesse o ambiente e encontro o mestre Sivuquinha com seu acordeon acompanhando seu Zé do Pife. Mal apoio a bolsa no instrumento e já estou com o mic na mão cantando nem sei bem o que, mas lá estou eu! =)

Quando dou por mim está todo mundo em volta, tem triângulo, zabumba, 3 pandeiros, caixa, palma, pé no chão, pife, ganzá e uma infinidade de outras brincadeiras acontecendo ali a minha volta. Uma cena de quadro! E eu frustrada lembrando do menino que levou minha máquina e eu sem poder registrar aquele momento, aquela energia!

Não gosto de álcool, acho que justamente por ele mostrar o interior das pessoas, ele atrapalha a gente de conhece-las! Porque se o interessante no final das contas é justamente conquistar as camadas, galgar no íntimo da personalidade de cada um e compreender os porquês dos comportamentos e a maneira como eles foram voluntariamente apresentados a você! Pois bem, foi uma noite maravilhosa! Praticamente sem álcool! Poucas taças de vinho e quase nenhuma lata de cerveja. =)

O tempo foi passando e eu já me sentia intrusa no ambiente musical, fominha! heh, até o seu Zé do Pife pedir para levar algumas músicas com as belas juvelinas. Me retiro sem me retirar sabe? Quando você fica ali no cantinho de espreita? Daí a pouco tinha um ganzá de uns 30 cm na mão, depois peguei o triângulo, toquei meu tantan de papel, brinquei com o pandeiro, voltei a cantar... nó! Me senti uma criança logo depois de abrir mil presentes de natal!

A hora foi passando, cantei choros, forrós tantos e o tempo todo conferia o celular para saber se mamãe precisava de mim. Bom, não ligou, e a Nenza está em casa. Quando finalmente decidi ir ouço numa voz suave Nelson Cavaquinho... não posso ir! E as bossas invadem o ambiente quando crio forças e já estou me despedindo. Bem nessa hora vem Clara Nunes... Maldade! Tenho que sentar no chão e puxar o tantan porque sinto falta da batida do meu coração exposta a quem tiver sensibilidade de ouvir... Pego o pandeiro e troco de mão mil vezes pela incapacidade de segurar por tanto tempo, no final já estou com ele no colo batendo só os graves.

A rabeca, iluminada vem dar uma cor diferente para a madrugada e eu toco de olhos fechados o que quer que seja que arrumei para segurar, mas não posso relaxar e penso que além de indisposta minha mãe ter que ficar acordada para se preocupar comigo é no mínimo injusto!

São 3h da manhã de uma sexta-feira quando me levanto contrariada e começo a me despedir dos poucos presentes da sala. Quase não comi, não tive tempo!, e minha garganta, que começou a noite rouca, me promete retaliação.

Mesmo assim dirijo contente para casa e grata pela bela noite musical que tive! Pela linda menina que, em pleno século XXI separou um tempo de comemorar seu aniversário numa quinta-feira e não se ocupou com o dia seguinte, mas apenas em receber amigos e música num ambiente lindo e aconchegante.

Agradecida! =)

Morena fev/11

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

O que é que tem?

Saí do MSN, desliguei o note e fui para a casa da minha tia, cheguei lah e a tv estava ligada.
A Camila Pitanga eh maravilhosa... fiquei assistindo ela caminhar de branco, batom vermelho e quando penso que n ela dá um beijo no Lázaro Ramos:

"o que foi isso? Um pedido de casamento?... É só um beijo! E eu poderia ficar com você quantas vezes o desejo permitisse. Mas você é sempre tão cheio de regras que não permite que as coisas fluam, que aconteçam..."

Tive que rir. Quis cutucar, mas acho que já o fiz: esse texto é meu. Mesmo assim faz parecer que sou "moderninha" quando, na verdade, não sou. Dizem que sou diferente, mas para mim isso quer dizer antiga. Só isso. Parece que sou tão "anti romântica" que dou a volta e acabo sendo a maior de todas... Mas você, eu só queria por perto, do jeito que der para ser, mas minha boca adolescente sofre muito sem seus beijos, que podem começar sendo apenas beijos! Porque se você é difícil de se apaixonar, eu também sou.

Pena que você não vai ler isso...

"Deixa que diga, que pense, que fale, deixa isso pra lá, vem pra cá, o que é que tem? Não tô fazendo nada, você também! Faz mal bater um papo assim gostoso com alguém?"

Morena fev/11

domingo, 23 de janeiro de 2011

Ao fazer musical dessa nova década do séc XXI

Assim, no meio de um vôo, atrasado por sinal, indo sozinha para a oficina de música em Curitiba; depois de freqüentar um dos melhores cursos de verão da vida; de reencontrar antigos parceiros, antigos amigos; de ter ouvido conselhos e opiniões das divinas Clarisse Grova e Suely Mesquita; depois de ter acordado de uma experiência fofa de quase paixão; logo depois de discutir o rumo da música brasileira dos últimos anos e finalmente no meio da minha leitura de vôo: “O Mistério do Samba” não resisti e, sem papel, tive que escrever em letras miúdas na página da bibliografia: Queridos! É hora de tomar as rédeas!

Nesse ano que passou, trabalhei em três escolas e tive 5 alunos particulares, totalizando 356 alunos. Além disso, acompanhei o mestre Sivuquinha em seus forrós pela cidade. Bom, tenho orgulho de dizer que comprei uma moto nova e fiz algumas viagens pagando tudo à vista. Mas, o que eu fiz pela MINHA música? Toquei piano no quarto e pandeiro na escola: a minha música eu escondi...

Com muita propriedade e um tom de saudosismo a Clarisse nos contou do caminhar das noites cariocas e roubou minha alma pelos ouvidos logo antes de terminar com uma frase fatal: Isso não existe mais...

Na fila do show, eu, Nathália Lima e Wanderson Bomfim, discutimos o fazer musical, os grandes movimentos da música brasileira, o curtir o momento e a música em grupo nas casas e bares da vida... No dia seguinte ouvi um trecho de um show do Eudes Carvalho e dei bem nos dedos dele: Se o Brasil ficar mais uma década sem um grande músico a culpa é sua!

Músicos, amigos, irmãos... Em meio a rotinas de praça de alimentação e couvert de buteco, inventemos, em pleno século XXI, tempo de ouvir música!!! Sentar em volta da mesa e terminar o samba que o Alexandre Silva começou em homenagem, ou não, ao Toddynho que eu pedi no Piauí. Tenhamos tempo e disposição não só de montar guigs improvisadas e dar canja no macarrão mas de organizar e comparecer nos churrascos, dormir tarde, levar a viola no saco e falar de música, viver de música, pela música e para ela!

Que nessa geração de dedos velozes e sem alma possamos fazer a diferença e tirar o pé do acelerador! Anco Marcos, amor da minha vida, UnB sábado 8h da madrugada? Você é mais! Eu levei 7 anos para me formar e foi a melhor coisa que eu fiz! Tudo bem, eu sei, nem todo mundo começa a faculdade com 17 anos mas porque esse desespero coletivo de chegar aos 30 fazendo 10mil por mês? Na agonia a gente faz 35 e mal consegue chegar nos 3 mil... Ou então galera, vai lá! Prioriza a facul, lindo! Se forma, passa em um concurso para a EMB e esquece de tudo que ia fazer quando formasse... E o pior de tudo é que deixou de viver, não fez música! Não trouxe cura e alívio para as pessoas e para si mesmo, além de que nunca vai fazer parte de um livro, como esse que guardará de epístola o meu desabafo; que conta de um encontro boêmio entre Pixinguinha, Donga, Patrício Teixeira, Sérgio Buarque de Hollanda, Prudente de Morais Neto, Heitor Villa-Lobos, Gilberto Freyre e Luciano Gallet. Porque quando a história se escreve, ela não tem sentido e nem a menor pretensão de ser. Ela simplesmente é!

Sem muita pretensão acho que acabei fazendo disso um apelo para dizer a todos nós que a hora é agora! E posso afirmar com convicção que o Eudes não vai levar sozinho a culpa se não aparecer pelo menos um Guinga na composição e um Hamilton de Holanda nas levadas, se as cantoras não voltarem a sofrer por amor e os instrumentistas não acompanharem esse sofrimento com o coração na pontinha dos dedos.

Amores, essa nova geração vem com música obrigatória nas escolas, meus pequeninos já conhecem um pouco da história de Beethoven e conhecem Bossa Nova. Esse ano vão conhecer também Chico Buarque, Heitor Villa-Lobos, Nelson Cavaquinho, Ella Fitzgerald e o próprio Guinga entre outros. Sei bem do desafio de competir com a Lady Gaga, Restart e Justin Bieber mas a maior parte de vocês também é educadora e tem sim influência nas escolhas dessas crianças. Precisamos URGENTEMENTE nos voltar à Musa e assumir que, depois de uma geração quase completamente estéril ou simplesmente escondida para si a batata está com a gente e ninguém vai salvar o planeta fechando mil datas no barzinho da esquina.

É, escrever projeto, procurar patrocínio, ocupar os teatros e as ruas dá muito trabalho, mas essa é a maneira de se fazer ouvir e como dizem que quando o assunto são metas falar sobre o assunto é de grande poder, falarei então: Esse ano eu vou trabalhar. Bora???

Morena jan/11

domingo, 16 de janeiro de 2011

Roma

Clarisse Grova e Léo Nogueira

http://www.youtube.com/watch?v=XlucOnOPRks

Sabe porque me desespero?
É porque você não me toma.
Eu não suporto um morto, um Nero
De olhos abertos mas em coma
Sabe, porque você é um zero é que você pra mim não soma
Eu desejava ter um Nero e que pra ele eu fosse Roma

Sabe porque já não te quero?
É porque você não me toma
Não faço parte do seu clero,
Eu falo outro idioma
Saiba você que o amor é com desfrute que se come
Cansei de ver chegar a aurora no afã de saciar a fome

Saiba que quando você chora fica minúsculo seu nome
Não sou escudo nem espora
Sou fogo que não te consome
Só estou livre sendo fera na jaula do meu domador
Olhei pela fresta dessa espera escapuliu o meu amor