sábado, 7 de maio de 2011

Dividindo II...

Essa semana, de novo, estamos tendo o festival de palhaço. Me desesperei quando março passou, abril seguiu e nenhuma propaganda apareceu.

Como todos os anos, ontem, sexta, foi o show do Pé de Cerrado e a magnífica roda se fez. Enquanto as pessoas rodavam de mãos dadas uma bela oração foi proferida. Lembrei que no ano passado era sexta-feira santa e que no domingo de páscoa eu precisei escrever um texto e enviar aos meus amigos (está postado logo abaixo com o mesmo título do e-mail "Dividindo...")

Engraçado que ano passado eu tomei atitudes, me envergonhei delas, me enchi de orgulho pelas novas decisões mas não mudei. Muito pelo contrário na verdade... Esse ano nem da Páscoa eu me lembrei.

Saí de casa na quinta de manhã com pessoas adoráveis prevendo uma viagem tranquila com velhos e novos amigos a se fazer. Na bolsa eu levava duas caixas de ferrero rocher pensando no famoso almoço de domingo em Piri e em como eu gostaria de lembrar daquele feriado e fazer uma reflexão.

Na sexta-feira santa eu fui pro raggae e pro rock numa noite só! E, novamente, não tive um minuto para fazer uma oração e agradecer pelo sacrifício expiatório de Jesus Cristo. Sábado de manhã ainda acordei com o desfile passando na minha janela mas invés de ter um estalo só lembrava do tanto que acho ridículo a tal da "malhação de Judas". É assim que a gente ensina as crianças a respeitarem e perdoarem as outras pessoas? Socando, rasgando e queimando um boneco que representa uma pessoa??? Pra pensar né?!

O fato é que sábado a noite depois do jazz, quando deveriam ser pouco mais de 0h, eu lembrei. Lembrei mas não fiz nada a respeito. Sentia dentro de mim uma necessidade de ir descansar, de ler um pouco, fazer minhas orações e refletir sobre a viagem mas a ânsia de "aproveitar meu último dia" tomou conta de mim e eu fui pro reggae mesmo sentindo que não devia.

É interessante como Deus está disposto a nos proteger de nós mesmos e muitas vezes a gente não está disposto a aceitar. Chega a ser impressionante como temos a capacidade de orar pedindo saúde, proteção e fazemos de TUDO para não conseguir...

4horas da manhã eu chego sozinha em casa. A minha garganta, que me rendeu uma semana de atestado com direito remédio com corticóide, arrebentou. A mesma que aguentou bravamente o frio de 3 dias sem cachecol, agora emitia uma voz muito rouca. O meu corpo que deu, emprestou e alugou uma energia natural por 3 dias, mesmo somando apenas 8 horas de sono em 3 noites, estava completamente quebrado e minha cabeça que NUNCA dói estava querendo expulsar meu cérebro pelos ouvidos. Cheguei completamente arrependida de ter dado de ombros ao sentimento que tive forte de ir embora e resolvi ler apenas um versículo antes de dormir, abro as escrituras em qualquer página e começo a ler:

"Oh!Como pudestes vos esquecer de vosso Deus, no próprio dia em que Ele vos libertou?"

"Bem feito!" - pensei. E ontem pensei bem mais, porque tenho a coragem de dizer para as pessoas que a adolescência tardia que me ataca a alguns anos está finalmente terminando. Será? Eu que recentemente optei por não dormir muito tarde no sábado porque voltei a tocar piano na igreja e gosto de estar acordada e alegre pra isso, em plena Páscoa me perco no Reggae, não vou pra igreja e não vou ver minha família. Acabamos não ficando para o "almoção" mas nem por isso eu tinha desculpa de não agradecer os meus amigos, lembrar, a mim mesma; que a primeira páscoa foi celebrada em gratidão a libertação dos escravos hebreus do Egito e não entregar a lembrancinha que com tanto carinho comprei e levei na bolsa. Invés disso dormi quase todo o caminho de volta e mais o resto do dia em casa.

Ainda assim tenho a audácia de terminar com o mesmo convite do ano passado:

De perdoar, por mais difícil seja, como Jesus perdoou aqueles que o pregaram na cruz...

De agradecer, como Jesus agradeceu quando proferiu aquela oração linda que chamamos de “Pai Nosso”.

Que possamos todos dar as mãos, católicos, protestantes, muçulmanos, ateus, americanos, japoneses, africanos e humanos. Que sejamos capazes de celebrar a Páscoa, que comemoremos, se não a crença no Deus vivo, um dia de libertação da inveja, do orgulho, do egoísmo e de tudo que é ruim e que nos afasta...

Que possamos ter coragem de agir! Como Jesus largou o que estava fazendo para ir à casa da menina revivê-la... de ser o primeiro (essa é pra mim) a levantar e ir embora de uma peça que a mulher fica passeando sem camisa... nada a ver... Na hora fiquei pensando no quanto as outras esquetes foram boas, fiquei esperando acabar para poder ver a próxima e inventando um monte de desculpas que me dessem um motivo razoável para não acompanhar as pessoas que saíam do teatro... Mas mesmo que eu conseguisse aceitar o tal “nu artístico” ainda tem o fato de que os homens não estavam expostos. Só aí reparei na imensa contribuição que dei para que cenas assim nunca acabem. Se só as pessoas que verbalizam alguma contrariedade a esse tipo de exposição em eventos públicos, ou simplesmente ao ícone da mulher objeto; se simplesmente essas pessoas sempre se levantassem e fossem embora, estou certa de que quem quisesse ver esse tipo de cena teria de procurar por elas...

Que possamos ser autênticos na nossa fala e atos, que possamos assumir nossos erros sem desculpas! E, mais importante de tudo, que sejamos capazes de respeitar e amar, como Jesus amou e ama cada um de nós...

Talvez de tanto repetir ano que vem eu esteja mais perto de aprender. E, mesmo consideravelmente atrasado, quero desejar a todos

Feliz Páscoa!

Morena - mai/11

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