Ele chegou perto dela e deu-lhe um gostoso abraço. Daqueles que você pára de pensar, para de se preocupar e só sente o momento. Daqueles que você não fica sem graça pensando em "quem vai soltar primeiro". Você só sente a respiração do outro no seu próprio pescoço sem admitir, apenas porque não está pensando, que não quer soltar nunca mais.
Ela olhou nos olhos dele, os pequeninos olhos castanhos, e sorriu.
Ele, com o polegar de unhas compridas, enxugou uma lágrima furtiva e apertou os olhinhos como se dissesse "não fica assim".
Ela virou o rosto e beijou sua mão enquanto a pressionava contra o próprio rosto. O fazia de olhos fechados e sentia novamente, como aquele abraço.
Ele desceu do carro. Deu a volta e abriu a porta dela, onde ficou a olhá-la por alguns instantes, a observar as novas lágrimas que já rolavam sem vergonha pela face. Passou a mão por suas costas num afago e acabou por tomá-la novamente em seus braços.
Ela, entre soluços, o apertou com fimeza, já sem sentir o toque mas apenas desejando prendê-lo.
Ele a segurou com delicadeza sem querer acreditar.
Como sempre, ela soltou primeiro e, sem se olhar, por covardia ou comodismo; cada um seguiu seu rumo arrastando o passado consigo, mas sem vontade de olhar para trás.
Morena - ago/09
segunda-feira, 31 de agosto de 2009
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2 comentários:
Linda descrição!
Adoro descrição psicológica. E desencontros.
Publica mais!
descrição psicológica... gostei do nome hehe. Assim q precisar vommitar outra eu publico! bjo
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