O papel está branco.
Irremediavelmente branco.
E os versos compostos, escritos por letras invisíveis e rimas sem cor.
Não é necessário que se diga sobre o que é o poema...
Nós dois sabemos,
É o que importa.
Nós dois, que aprendemos a travar longas conversas silenciosas.
Nós dois que temos a consciência,
E nossos olhares perguntam e respondem sem que se necessite do resto.
Hoje, vim aqui para mostrar um poema simples,
Mas restrito.
Que não pode ser lido por doutores de letras,
Nem transcrito com tinta...
É um poema silencioso, branco,
Onde se encontram todas as rimas e nenhuma ao mesmo tempo.
Onde apenas se sabe...
A primeira estrofe, encontra-se no brilho dos olhos.
Leia-se a segunda entre o palpitar do coração apressado.
A terceira, está no respirar furioso de quem suga o ar por onde pode,
Como pode e sua, sua de ansiedade do encontro
E cada gota carrega um verso.
As pontas dos dedos,
Que logo vaguearão carinhosamente pelas negras madeixas,
Serão palavras salpicadas e nervosamente encaixadas entre as vagas idéias.
O final encontra-se na boca fresca, de lábios entreabertos. E...
O que mais é necessário?
Nada poderia existir no mundo de mais poético e perfeito em formas,
Nenhum pintor poderia pintar,
Nenhuma palavra poderia traduzir,
Nenhum gesto poderia expressar,
Tempo nenhum poderia apagar essa imagem...
A imagem do amor...
Do meu amor:
Você.
Morena - dez/2003
quarta-feira, 1 de julho de 2009
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