Sento em minha mesa e encaro o papel em branco.
Estéril.
De onde a poesia se esvaiu para sempre...
Tento buscar outro, mas o problema continua:
mais um papel em branco.
Ligo o rádio e não posso ouvir nada...
Parece que a música também se foi para sempre.
Penso no que poderia ter feito para viver assim,
Só...
A arte corre por meu sangue mas só poderia libertá-la com a morte.
De repente não me parece um preço tão alto.
Geração infinita de poetas e músicos estéreis...
Parece que não há nada de novo. "É sempre o velho mascarado"
E dentro de mim as notas se acalmam e se misturam.
Tento gritar para ver se se assustam e não deixam de ser música...
Em vão.
Morena-jul/09
quarta-feira, 1 de julho de 2009
Comédia Romântica
Poderia nem estar pensando,
Poderia passar em frente a sua casa e nem notar,
Poderia escutar sua música favorita sem a ouvir...
Poderia até fechar os olhos e não sentir sua falta.
Mas como poderia?
Somos protagonistas de uma comédia romântica
E o resto do mundo é apenas um belo cenário:
Abaixo, um solo gramado,
Acima, um luar gigante,
Entre quatro paredes de estrelas...
Como seria?
Como qualquer um desses romances, de três personagens,
Diferente apenas por ser nosso:
Você, um mocinho divertido.
Eu, apenas mais uma dessas mocinhas bobas.
O grande vilão, a saudade.
Batia em suas costas incessantemente,
Mas meus gritos não comoviam um coração de pedra.
Mesmo assim, ele me carregava em seus ombros
E me matava a cada passo.
Intrigante,
Porque ao mesmo tempo que me mata,
Me alenta,
Dá sentido a minha vida que se esvai a cada passo...
A cada passo...
A cada passo ele me tirava de você,
Confundia minhas lembranças,
Apertava meu peito...
Eu gritava... cada vez mais...
Só você podia me salvar.
Então, como grande super-herói,
Chegou distribuindo socos
E me levando em seus braços...
O vilão é cruel, mas necessário.
Porque se não tem vilão,
Não tem mocinho.
E se não existe mocinho,
Pra quê uma mocinha?
E se não tem mocinho nem mocinha,
Não tem história de amor,
Não tem eu e você...
Não tem nossos rostos mal pintados
Nas capas dos livros de história,
Nem o meu medo de te perder
E a sua coragem de não me deixar perder.
Daí o mundo fica triste.
Mas a história se repete e a saudade ainda existe,
Apenas para nos deixar viver felizes para sempre
Entre mocinhas e bandidos.
Morena - dez/03
Poderia passar em frente a sua casa e nem notar,
Poderia escutar sua música favorita sem a ouvir...
Poderia até fechar os olhos e não sentir sua falta.
Mas como poderia?
Somos protagonistas de uma comédia romântica
E o resto do mundo é apenas um belo cenário:
Abaixo, um solo gramado,
Acima, um luar gigante,
Entre quatro paredes de estrelas...
Como seria?
Como qualquer um desses romances, de três personagens,
Diferente apenas por ser nosso:
Você, um mocinho divertido.
Eu, apenas mais uma dessas mocinhas bobas.
O grande vilão, a saudade.
Batia em suas costas incessantemente,
Mas meus gritos não comoviam um coração de pedra.
Mesmo assim, ele me carregava em seus ombros
E me matava a cada passo.
Intrigante,
Porque ao mesmo tempo que me mata,
Me alenta,
Dá sentido a minha vida que se esvai a cada passo...
A cada passo...
A cada passo ele me tirava de você,
Confundia minhas lembranças,
Apertava meu peito...
Eu gritava... cada vez mais...
Só você podia me salvar.
Então, como grande super-herói,
Chegou distribuindo socos
E me levando em seus braços...
O vilão é cruel, mas necessário.
Porque se não tem vilão,
Não tem mocinho.
E se não existe mocinho,
Pra quê uma mocinha?
E se não tem mocinho nem mocinha,
Não tem história de amor,
Não tem eu e você...
Não tem nossos rostos mal pintados
Nas capas dos livros de história,
Nem o meu medo de te perder
E a sua coragem de não me deixar perder.
Daí o mundo fica triste.
Mas a história se repete e a saudade ainda existe,
Apenas para nos deixar viver felizes para sempre
Entre mocinhas e bandidos.
Morena - dez/03
Passarinhos Passarão
De repente parei de me sentir mal, de sentir pena de mim e resolvi deixar doer o que tinha de doer. Uma hora dessas aí passava e tudo voltava ao normal.
Só não esperava que fosse tão rápido...
Aprendi que quanto mais medo se tem, mais dor se sente.
Daí fiquei tranquila, meio sem saber o que ou como fazer já que estava meio anestesiada. Passar, passar, não passou. Eu acho... Mas a muito já não dói.
Fato.
Morena - mai/09
Só não esperava que fosse tão rápido...
Aprendi que quanto mais medo se tem, mais dor se sente.
Daí fiquei tranquila, meio sem saber o que ou como fazer já que estava meio anestesiada. Passar, passar, não passou. Eu acho... Mas a muito já não dói.
Fato.
Morena - mai/09
Soneto de Escola
Essa lembrança tem um gostinho diferente,
Tem cheiro de infância.
Me sinto num antigo romance,
Coisa de menino em tempos de escola...
Primeiro dia, primeiro caderno, primeira namorada...
Andréia, Gabriela, Fabiana...
Bons tempos aqueles,
Quando podia ter todas sem ter nenhuma.
Meninos bobos, capazes, felizes.
Desde o jardim da infância apaixonados, apaixonantes.
Apenas crianças a brincar de roda...
Infeliz do tempo que não volta,
Quem me dera voltar e ter você de novo...
Eu, você e a nossa infância perdida.
Morena - dez/03
Simplesmente você
O papel está branco.
Irremediavelmente branco.
E os versos compostos, escritos por letras invisíveis e rimas sem cor.
Não é necessário que se diga sobre o que é o poema...
Nós dois sabemos,
É o que importa.
Nós dois, que aprendemos a travar longas conversas silenciosas.
Nós dois que temos a consciência,
E nossos olhares perguntam e respondem sem que se necessite do resto.
Hoje, vim aqui para mostrar um poema simples,
Mas restrito.
Que não pode ser lido por doutores de letras,
Nem transcrito com tinta...
É um poema silencioso, branco,
Onde se encontram todas as rimas e nenhuma ao mesmo tempo.
Onde apenas se sabe...
A primeira estrofe, encontra-se no brilho dos olhos.
Leia-se a segunda entre o palpitar do coração apressado.
A terceira, está no respirar furioso de quem suga o ar por onde pode,
Como pode e sua, sua de ansiedade do encontro
E cada gota carrega um verso.
As pontas dos dedos,
Que logo vaguearão carinhosamente pelas negras madeixas,
Serão palavras salpicadas e nervosamente encaixadas entre as vagas idéias.
O final encontra-se na boca fresca, de lábios entreabertos. E...
O que mais é necessário?
Nada poderia existir no mundo de mais poético e perfeito em formas,
Nenhum pintor poderia pintar,
Nenhuma palavra poderia traduzir,
Nenhum gesto poderia expressar,
Tempo nenhum poderia apagar essa imagem...
A imagem do amor...
Do meu amor:
Você.
Morena - dez/2003
Irremediavelmente branco.
E os versos compostos, escritos por letras invisíveis e rimas sem cor.
Não é necessário que se diga sobre o que é o poema...
Nós dois sabemos,
É o que importa.
Nós dois, que aprendemos a travar longas conversas silenciosas.
Nós dois que temos a consciência,
E nossos olhares perguntam e respondem sem que se necessite do resto.
Hoje, vim aqui para mostrar um poema simples,
Mas restrito.
Que não pode ser lido por doutores de letras,
Nem transcrito com tinta...
É um poema silencioso, branco,
Onde se encontram todas as rimas e nenhuma ao mesmo tempo.
Onde apenas se sabe...
A primeira estrofe, encontra-se no brilho dos olhos.
Leia-se a segunda entre o palpitar do coração apressado.
A terceira, está no respirar furioso de quem suga o ar por onde pode,
Como pode e sua, sua de ansiedade do encontro
E cada gota carrega um verso.
As pontas dos dedos,
Que logo vaguearão carinhosamente pelas negras madeixas,
Serão palavras salpicadas e nervosamente encaixadas entre as vagas idéias.
O final encontra-se na boca fresca, de lábios entreabertos. E...
O que mais é necessário?
Nada poderia existir no mundo de mais poético e perfeito em formas,
Nenhum pintor poderia pintar,
Nenhuma palavra poderia traduzir,
Nenhum gesto poderia expressar,
Tempo nenhum poderia apagar essa imagem...
A imagem do amor...
Do meu amor:
Você.
Morena - dez/2003
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