quarta-feira, 18 de maio de 2011

Raiva não

De você não guardo raiva,
Raiva não. Frustração,
Tristeza pela indiferença.
Indignação? Não.
Surpresa apenas.

Da vida a gente leva o que é bom
E esquece o resto!

Morena - mai/11

sábado, 7 de maio de 2011

É das carecas que eles gostam mais

Estamos na mesa de um restaurante: eu e vários amigos de grupos diferentes que acabaram de se conhecer depois do meu show. Um grupinho me reprime por causa do meu novo cabelo (ou da falta dele). Quando penso que não, uma menina do outro grupinho mostra a foto da carteirinha da UnB... CARECA!!!

Lembro de uma cantora e atriz 10 e uma foto antiga que vi: CARECA!!!

Adiciono uma amiga nova no face e vejo fotos nem tão antigas: CARECA! Comento que toda mulher careca é bem resolvida e ela concorda. De repente até eu acredito na frase e repito:

TODA MULHER QUE JÁ FOI CARECA É BEM RESOLVIDA!!!


Me explico:

Quando fui fazer o rasta fiquei 6h na cadeira de um salão, então deu pra entender bem a rotina diária de um salão de beleza afro. Lá pelas tantas me aparece uma mulher quase desesperada reclamando que o aplique está caindo, reparo que a franja é diferente do resto do cabelo liso... caramba! Daí a pouco aparece outra falando que o marido dela tira sarro "lá vai ela botar dinheiro nesse cabelo..." E não dá outra! R$800 pelo aplique de cabelo natural. =O

Eu gosto muito de acampar e a mulherada FRITA! Ou passa o tempo todo de rabo de cavalo, ou arruma uma chapinha a pilha, ou reclama pra todo mundo que não avisou do fio de cabelo que está fora do lugar... fora o tanto de creme, shampoo pra isso, pra aquilo e a constante insatisfação com os mil modelos de cabelo. Impressionante!

Um belo dia tentei fazer o rasta de novo, mas queria sem aplique e não deu certo, o cabelo estava muito curto... Liguei pra menina que sempre corta o meu cabelo: "Sílvia, vc raspa minha cabeça?" "Que horas?" kkk ADORO!!!



E de repente eu me vi no espelho nua. Pela primeira vez descobri o formato da minha cabeça e vi meu couro cabeludo. Me achei horrível por alguns instantes mas logo um pensamento me dominou: "cabelo cresce" e de repente tudo ficou simples assim!

Toda mulher que raspa a cabeça tem bem claro pra si mesma quem ela é. Ela entende que nada de bom vai deixar de acontecer porque ela tem a cabeça raspada. Ela pára de dizer que tem orelha de abana, rosto muito redondo, bochechas grandes, que tem medo, que acha que não combina e começa a dizer apenas "dane-se!". E é TÃO libertador! Me sinto muito mais bonita no final das contas, muito mais mulher! No início ia como obrigação pra não ser confundida mas agora tenho prazer em escolher roupas mais femininas, em usar pelo menos um gloss antes de sair de casa, em melhorar minha postura (pq sem cabelo não dá nem pra disfarçar). Agora lavo a cabeça com sabonete e seco em 5min na toalha. Acordo, passo a mão na cabeça e vou trabalhar! Porque eu sei quem eu sou e o que quero. E não vai ser cabelo que vai me grilar! =)

Morena - mai/11

Dividindo II...

Essa semana, de novo, estamos tendo o festival de palhaço. Me desesperei quando março passou, abril seguiu e nenhuma propaganda apareceu.

Como todos os anos, ontem, sexta, foi o show do Pé de Cerrado e a magnífica roda se fez. Enquanto as pessoas rodavam de mãos dadas uma bela oração foi proferida. Lembrei que no ano passado era sexta-feira santa e que no domingo de páscoa eu precisei escrever um texto e enviar aos meus amigos (está postado logo abaixo com o mesmo título do e-mail "Dividindo...")

Engraçado que ano passado eu tomei atitudes, me envergonhei delas, me enchi de orgulho pelas novas decisões mas não mudei. Muito pelo contrário na verdade... Esse ano nem da Páscoa eu me lembrei.

Saí de casa na quinta de manhã com pessoas adoráveis prevendo uma viagem tranquila com velhos e novos amigos a se fazer. Na bolsa eu levava duas caixas de ferrero rocher pensando no famoso almoço de domingo em Piri e em como eu gostaria de lembrar daquele feriado e fazer uma reflexão.

Na sexta-feira santa eu fui pro raggae e pro rock numa noite só! E, novamente, não tive um minuto para fazer uma oração e agradecer pelo sacrifício expiatório de Jesus Cristo. Sábado de manhã ainda acordei com o desfile passando na minha janela mas invés de ter um estalo só lembrava do tanto que acho ridículo a tal da "malhação de Judas". É assim que a gente ensina as crianças a respeitarem e perdoarem as outras pessoas? Socando, rasgando e queimando um boneco que representa uma pessoa??? Pra pensar né?!

O fato é que sábado a noite depois do jazz, quando deveriam ser pouco mais de 0h, eu lembrei. Lembrei mas não fiz nada a respeito. Sentia dentro de mim uma necessidade de ir descansar, de ler um pouco, fazer minhas orações e refletir sobre a viagem mas a ânsia de "aproveitar meu último dia" tomou conta de mim e eu fui pro reggae mesmo sentindo que não devia.

É interessante como Deus está disposto a nos proteger de nós mesmos e muitas vezes a gente não está disposto a aceitar. Chega a ser impressionante como temos a capacidade de orar pedindo saúde, proteção e fazemos de TUDO para não conseguir...

4horas da manhã eu chego sozinha em casa. A minha garganta, que me rendeu uma semana de atestado com direito remédio com corticóide, arrebentou. A mesma que aguentou bravamente o frio de 3 dias sem cachecol, agora emitia uma voz muito rouca. O meu corpo que deu, emprestou e alugou uma energia natural por 3 dias, mesmo somando apenas 8 horas de sono em 3 noites, estava completamente quebrado e minha cabeça que NUNCA dói estava querendo expulsar meu cérebro pelos ouvidos. Cheguei completamente arrependida de ter dado de ombros ao sentimento que tive forte de ir embora e resolvi ler apenas um versículo antes de dormir, abro as escrituras em qualquer página e começo a ler:

"Oh!Como pudestes vos esquecer de vosso Deus, no próprio dia em que Ele vos libertou?"

"Bem feito!" - pensei. E ontem pensei bem mais, porque tenho a coragem de dizer para as pessoas que a adolescência tardia que me ataca a alguns anos está finalmente terminando. Será? Eu que recentemente optei por não dormir muito tarde no sábado porque voltei a tocar piano na igreja e gosto de estar acordada e alegre pra isso, em plena Páscoa me perco no Reggae, não vou pra igreja e não vou ver minha família. Acabamos não ficando para o "almoção" mas nem por isso eu tinha desculpa de não agradecer os meus amigos, lembrar, a mim mesma; que a primeira páscoa foi celebrada em gratidão a libertação dos escravos hebreus do Egito e não entregar a lembrancinha que com tanto carinho comprei e levei na bolsa. Invés disso dormi quase todo o caminho de volta e mais o resto do dia em casa.

Ainda assim tenho a audácia de terminar com o mesmo convite do ano passado:

De perdoar, por mais difícil seja, como Jesus perdoou aqueles que o pregaram na cruz...

De agradecer, como Jesus agradeceu quando proferiu aquela oração linda que chamamos de “Pai Nosso”.

Que possamos todos dar as mãos, católicos, protestantes, muçulmanos, ateus, americanos, japoneses, africanos e humanos. Que sejamos capazes de celebrar a Páscoa, que comemoremos, se não a crença no Deus vivo, um dia de libertação da inveja, do orgulho, do egoísmo e de tudo que é ruim e que nos afasta...

Que possamos ter coragem de agir! Como Jesus largou o que estava fazendo para ir à casa da menina revivê-la... de ser o primeiro (essa é pra mim) a levantar e ir embora de uma peça que a mulher fica passeando sem camisa... nada a ver... Na hora fiquei pensando no quanto as outras esquetes foram boas, fiquei esperando acabar para poder ver a próxima e inventando um monte de desculpas que me dessem um motivo razoável para não acompanhar as pessoas que saíam do teatro... Mas mesmo que eu conseguisse aceitar o tal “nu artístico” ainda tem o fato de que os homens não estavam expostos. Só aí reparei na imensa contribuição que dei para que cenas assim nunca acabem. Se só as pessoas que verbalizam alguma contrariedade a esse tipo de exposição em eventos públicos, ou simplesmente ao ícone da mulher objeto; se simplesmente essas pessoas sempre se levantassem e fossem embora, estou certa de que quem quisesse ver esse tipo de cena teria de procurar por elas...

Que possamos ser autênticos na nossa fala e atos, que possamos assumir nossos erros sem desculpas! E, mais importante de tudo, que sejamos capazes de respeitar e amar, como Jesus amou e ama cada um de nós...

Talvez de tanto repetir ano que vem eu esteja mais perto de aprender. E, mesmo consideravelmente atrasado, quero desejar a todos

Feliz Páscoa!

Morena - mai/11

Dividindo...

Boa tarde gente! Nesse domingo de Páscoa, resolvi dividir um pouquinho de mim com vocês...


Sozinha em casa enquanto todo mundo foi a igreja, ouço um discurso de páscoa que fala sobre o amor puro. O discursante termina dizendo que podemos cantar, falar, recitar, escrever e discursar sobre o amor, mas enquanto ele não se transformar em ação, de nada vale.


Lembrei então de uma história que ouvi da boca de um filho que, segundo ele, tinha uma mãe com um problema sério de coluna. Ela costumava se trancar no quarto para que ninguém percebesse que chorava enquanto passava a roupa. O problema era que a humilde casa sem forro, espalhava sua dor por todos os cômodos...


Um dia o pai levou a mãe até uma loja de eletrodomésticos e pediu para ver a melhor máquina de passar que eles tinham. Era uma daquelas industriais que a gente só veste a roupa na tábua, abaixa a tampa e em segundos a roupa está passadinha.


Sem se alongar, o pai fechou negócio e agendou a entrega. A mãe, um tanto brava e perplexa ao mesmo tempo, só esperou sair da loja para lembrar o marido da situação financeira da família. Ele a ouviu com paciência até que pudesse terminar: “como é que vamos pagar por isso?” Ele a olhou com carinho e respondeu “eu já paguei... Fiquei um ano sem almoçar...”


Já fazem pelo menos 3 anos que ouvi essa história e desde então penso que se um dia eu me casar, quero uma pessoa assim, da mesma forma que decidi ser uma pessoa assim.


O discursante de hoje falava sobre o amor de Jesus por todas as pessoas. O que me fez pensar na prostituta, na mulher com o fluxo de sangue, em Pedro e em cada leproso e cego que ele curou. O mundo fala tanto do Natal, do verdadeiro espírito, faz filmes e conta histórias de gratidão e perdão... mas parece que poucos percebem, ou se lembram, que sem a Páscoa, não haveria Natal. Jesus seria somente mais uma pessoa boa...


Não tenho idéia de quantas gotas de sangue Ele suou por mim e por cada uma das besteiras que eu falo, faço e penso. Não posso medir cada uma das vezes que me senti confortada das minhas mágoas e angústias e não tenho ideia de como Ele consegue me amar tanto que foi capaz de morrer por mim. Daí penso em como o ser humano, eu inclusa, é rápido em se revoltar com as crises, em se enrolar como um tatu bola e só conseguir ver o próprio umbigo ampliado diante dos olhos... Quantas vezes lembramos de agradecer? E somos como aqueles 9 leprosos que foram embora curados sem nem olhar para trás...


Nessa sexta-feira santa no festival de palhaço, sem nem por um instante pensar no porque de ser feriado, lá pelas tantas, quando já devia ser sábado de aleluia, estava no meio do maracatu quando uma coisa linda aconteceu... Não sei explicar como, ou porque, as pessoas foram dando as mãos e formando uma roda. Ninguém fala nada e, como se não fosse nada, de repente eu mesma seguro a mão de duas pessoas que nunca vi na vida. É linda a energia daquele momento. Os vários círculos de pessoas que se formam um dentro do outro e as pessoas de mãos dadas girando, dançando, cantando e sorrindo como se fossemos todos velhos amigos... É como se meu coração se enchesse de um amor muito denso por aquelas pessoas que brincavam de roda ali comigo... e, de repente, sem nem ralentar a batida, o vocalista começa a fazer uma oração. Agradece a Deus pela vida, pela música, pela nossa capacidade de estar ali e poder dançar... Agradece pela natureza, pela chuva que cai forte lá fora, pela família, pelos amigos e pela energia que aquelas mais de 200 pessoas formam como se fossem uma só.


Meus olhos se encheram de água... Certo que eu, que sempre digo ser religiosa, não pensei naquilo e certamente não iria pensar. Eu, que enlouqueço com uma fama de certinha que faz as pessoas esquecerem que sou humana também, não me lembrei de agradecer por aquele momento lindo e pela alegria pulsante que estava sentindo no meu coração morto. Mesmo assim fui grata por alguém ter se lembrado e externado me tornando parte daquela oração também.


Foi tão gostoso que mudou o clima de tudo até o final! Foi como se as pessoas conversassem como conhecidas de infância e de repente isso passou a ser verdade.

Acho que no final essas palavras têm a intenção de ser uma reflexão e um convite, talvez mais para mim mesma:


De perdoar, por mais difícil seja, como Jesus perdoou aqueles que o pregaram na cruz...


De agradecer, como Jesus agradeceu quando proferiu aquela oração linda que os chamamos de “Pai Nosso”.


Que possamos todos dar as mãos, católicos, protestantes, muçulmanos, ateus, americanos, japoneses, africanos e humanos. Que sejamos capazes de celebrar a Páscoa, que começou bem antes de Cristo, com a libertação dos escravos hebreus do Egito antigo. Que comemoremos, se não a crença no Deus vivo, um dia de libertação da inveja, do orgulho, do egoísmo e de tudo que é ruim e que nos afasta...


Que possamos ter coragem de agir! Como Jesus largou o que estava fazendo para ir à casa da menina revivê-la... de ser o primeiro (essa é pra mim) a levantar e ir embora de uma peça que a mulher fica passeando sem camisa... nada a ver... Na hora fiquei pensando no quanto as outras esquetes foram boas, fiquei esperando acabar para poder ver a próxima e inventando um monte de desculpas que me dessem um motivo razoável para não acompanhar as pessoas que saíam do teatro... Mas mesmo que eu conseguisse aceitar o tal “nu artístico” ainda tem o fato de que os homens não estavam expostos. Só aí reparei na imensa contribuição que dei para que cenas assim nunca acabem. Se só as pessoas que verbalizam alguma contrariedade a esse tipo de exposição em eventos públicos, ou simplesmente ao ícone da mulher objeto; se simplesmente essas pessoas sempre se levantassem e fossem embora, estou certa de que quem quisesse ver esse tipo de cena teria de procurar por elas...


Que possamos ser autênticos na nossa fala e atos, sem desculpas e, mais importante de tudo, que sejamos capazes de respeitar e amar, como Jesus amou e ama cada um de nós...


Feliz Páscoa!


bjinhos!!!


Nai

abr/10