sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Antigo


Tudo começou a mais de 100 anos atrás.
Mas eu não estava lá para saber. Mesmo assim ele veio me ver.
Sapato, calça com vinco e chapéu. Meu romântico: impossível, intocável.
Olho para ele e sei quem é. Mas de repente não sei mais quem eu mesma sou. Me perco nos elogios, nos cortejos e adoro ser paparicada. Talvez esteja carente, só isso.
Mas ele volta, toca violão e não pára de me olhar. Já nem sei que horas são e, na verdade não importa. Desde que possa me perder no fundo dos seus olhos e nas filosofias de buteco.
Sempre segurando uma cerveja, ele não me leva a sério. Me sinto um investimento nas mãos de um homem ambicioso. Apenas mais um dentre tantos...
Fico presa no meu próprio corpo. Sou menos "certinha" do que gostaria de ser.
Poeta dos meus sonhos, músico das minhas noites e risada dos meus dias.
Não posso mais... Será meu muso! Inspiração dos meus contos, desejo das minhas tardes.
Mas não será meu.
É uma pena.
Morena - nov/08

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